Na década de 90 houve um boom de instalação de redes de fibra óptica de longa distância no mundo inteiro. De lá para cá, essas fibras se deterioraram, em razão de constantes rompimentos, variações de temperatura, puxões e torções durante obras variadas, mas continuam funcionando com os mesmos equipamentos eletrônicos nas pontas, e velocidades relativamente baixas, de até 1 Gbps. A reutilização dessas redes antigas com a instalação de novos equipamentos eletrônicos constitui um mercado promissor para fabricantes de infraestrutura. Essa é uma das prioridades atuais da Nokia Siemens, que está realizando um roadshow pela América Latina com a finalidade de convencer utilities e teles fixas a ampliarem a capacidade desses backbones com mais de 15 anos de idade.
"A ideia é preservar essas fibras e apenas trocar os elementos eletrônicos, ampliando a velocidade para 40 Gbps ou 100 Gbps em um primeiro momento, podendo chegar a 1,6 Tbps até 2014 com a evolução da tecnologia", explica o diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia Siemens, Wilson Cardoso. Além de aumentar a velocidade, a solução da Nokia Siemens diminui os efeitos da deterioração das fibras, conseguindo, por exemplo, manter uma transmissão de vídeo em alta definição mesmo que haja um descompasso de até 250 picossegundos na transmissão dentro da fibra. Para se ter uma ideia, em equipamentos antigos a transmissão trava se esse descompasso alcançar 40 picossegundos.
Backhaul
Outro mercado vislumbrado pela companhia é o de backhaul para estações radiobase (ERBs) de operadoras móveis. Atualmente, Cardoso calcula que apenas 3 mil das 60 mil ERBs instaladas no País, ou seja, 5% do total, possuem backhaul com fibra. Sua avaliação é de que, com o aumento do tráfego de dados por dispositivos móveis e a migração para 4G, as operadoras terão que ampliar o uso de fibra no backhaul. Ele projeta que em 2014 haverá 13 mil ERBs conectadas a redes de fibra óptica, o que representará então 15% da base instalada.
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