Apesar do duro golpe sofrido pela Microsoft ao ter de admitir que um funcionário de sua subsidiária sueca havia oferecido compensações financeiras a parceiros que votassem a favor do formato de documento Open XML durante reunião da SIS, órgão de padronização daquele país, a empresa obteve um vitória importante com a aprovação, por 12 votos a três, dos membros da representação americana do Comitê Internacional para Padrões de Tecnologia de Informação (ICITS, na sigla em inglês).
Com isso, o comitê encaminhou neste domingo (2/9) à Organização Internacional de Padronização (ISO) voto a favor da aprovação do formato de leitura de documentos da Microsoft. Domingo terminou o prazo para que os países membros da ISO se pronunciem, inicialmente, sobre o padrão Open XML.
A Microsoft tem pressionado pela aprovação do formato, que é suportado pelas versões mais recentes de seu pacote de aplicativos para escritório, o Office, desde que o estado americano de Massachusetts anunciou, oficialmente, que apoiaria o formato aberto de documento OpenDocument Format, embora no início de agosto o poder legislativo do estado tenha anunciado que iria apoiar também o Open XML da Microsoft, salientando que ambos formatos serão usados como padrão para salvar arquivos.
A IBM foi uma das empresas que argumentou fortemente contra a aprovação do Open XML, durante a reunião do comitê da ICITS, no que foi acompanhada pela Oracle. A favor, votaram a HP, EMC, Intel, Sony, Lexmark e Apple, bem como o Departamento de Defesa dos EUA e o Instituto Nacional de Tecnologia e Padrões, segundo do jornal americano The Washington Post.
Nesta semana, os 20 membros do comitê técnico JTC1 da ISO darão seus votos. Nessa primeira fase, o voto com condicionantes e comentários têm chance de empurrar a decisão para o ano que vem, na reunião de fevereiro, em Genebra, quando deverá haver nova votação, caso a Microsoft corrija os problemas apontados nos comentários submetidos agora. Para ser aprovado nessa primeira rodada o padrão Open XML precisa ser aprovado por 2/3 dos países membro. O resultado da votação deve ser divulgado nesta quarta-feira (4/9).
Até o fim do domingo haviam votado contra o padrão da Microsoft o Brasil, Índia, China, Espanha, África do Sul, Nova Zelândia, França, Dinamarca e Noruega, e a favor Portugal, Alemanha, Romênia, Hungria e EUA. Itália e Austrália se abstiveram e a Suécia teve seu voto invalidado depois que veio a público a notícia de que um funcionário da Microsoft ofereceu vantagens em troca de votos favoráveis ao formato. Ao todo, 39 países estão entre os membros do JTC1 e 36 entre os membros da subcomissão SC 34 com direito a voto. Portanto, muita água ainda vai rolar por baixo da ponte.