O que faz o sucesso de um negócio? Agilidade, inovação e competitividade são ingredientes fundamentais para destacar uma empresa no mercado, seja ela de que segmento for. Pode-se considerar a logística uma ferramenta primordial para que esse sucesso se concretize. Isso porque a organização da cadeia de suprimentos, da armazenagem nos estoques, da reposição de produtos e até mesmo do controle de saída (seja para uso de insumo ou para venda ou exportação do produto acabado) são fatores que incidem na competitividade. Quanto maior o controle das operações logísticas, maior a possibilidade de planejamento de compras, menor o tempo de translado, menor a perda em estoque e menos custo produtivo como um todo.
Nos últimos dez anos, o uso da tecnologia RFID (sigla em inglês para identificação por radiofrequência) invadiu o mercado e foi se expandido em um ritmo bastante acelerado, em diversas áreas e segmentos. De modo simplificado, os produtos são identificados com etiquetas “inteligentes”, ou seja, que contêm informações sobre os mesmos. A etiqueta emite sinais de radiofreqüência que permitem sua localização e o registro das informações que ela armazena.
Em razão da velocidade de resposta e precisão desse tipo de sistema, o mercado tem encontrado usos diferentes para as etiquetas inteligentes, em busca de competitividade para seus processos produtivos. Entre as inúmeras aplicações possíveis, pode-se citar o controle de fluxo da cadeia de produtos e suprimentos de uma empresa ou indústria, controle de acesso, controle de tráfego de veículos, controle de contêineres, monitoramento de pacientes em hospitais, controle de processos na construção civil, monitoramento de bagagens e passageiros nos aeroportos, entre outras.
Esse tipo de tecnologia tem extrapolado os ambientes corporativos em que pode ser utilizado e chega para agregar valor aos negócios de várias empresas. Um dos setores que tem registrado aumento no uso da tecnologia RFID é o de data centers. Servidores, switches, storages, discos rígidos, fitas de backup estão sempre entrando e saindo dos data centeres para manutenções, reparos e upgrades, assim como os laptops e tablets. Por isso, monitorar esses ativos de alta mobilidade pode se tornar uma tarefa de extrema dificuldade. Além disso, as regulamentações governamentais exigem que as empresas tenham visibilidade sobre seus ativos de TI para fins de auditoria contábil e também leis de proteção às informações confidenciais de clientes. O RFID, além de criar um novo patamar em eficiência operacional nestes processos, permite a gestão contínua dos ativos de TI em tempo real e garante a segurança e manutenção periódica destes ativos de TI.
Vale lembrar ainda que os ativos de TI são o coração dos data centers atuais, mas para que possam ser maximizados, faz-se necessário a implantação de um sistema de gestão de ativos de TI (ITAM – IT Asset Management) eficaz e robusto que consiga armazenar e monitorar os milhares de ativos de alta mobilidade que as empresas guardam. No entanto, a maioria das empresas de data centers ainda utiliza processos manuais para monitorar seus ativos.
De acordo com um estudo sobre ativos de TI perdidos, mesmo com uma equipe altamente capacitada, mais de 50% das empresas faz uso de processos altamente suscetíveis a erros para realizar inventários e monitorar seus ativos de TI. São milhares de informações cadastrais, números seriais, número de patrimônio e configurações específicas que são anotadas com papel e caneta e são inseridas em planilhas, o que aumenta significativamente a probabilidade de erro, independentemente de a informação ser escrita à mão e depois inserida no computador ou inserida diretamente através de um handheld ou computador portátil.
O RFID possibilita ter a visibilidade em tempo real de todo parque de equipamentos, o que previne contra perdas e conseqüente necessidade de compra de um novo produto. Também reduz o risco da perda de informações nos Datacenters, já que assegura que apenas pessoas autorizadas tenham acesso e possam movimentar Ativos de TI. Sempre que alguma regra de segurança for violada, o RFID, associado a um software apropriado, provê alarmes e notificações em tempo real que possibilitam ação proativa. Além disso, a habilidade de rastrear laptops, discos rígidos e pendrives, sempre que uma pessoa entrar ou sair com um equipamento, garante controle sobre todas as movimentações, além de lucratividade e saúde financeira da empresa.
O Brasil tem despontado no uso dessa tecnologia. Hoje se percebe que, quando o assunto é TI, não há mais a distância que antigamente era perceptível entre o que o mundo usa em termos de informação e de profissionais capacitados no diagnóstico e aplicação da tecnologia. Dessa forma, o custo também é mais acessível, o que faz com que o país possa investir na melhoria de seus processos para tornar seu produto final mais competitivo.
*Antonio Rossini é diretor de estratégia da RFIdeas e Lucas Almeida, diretor de operações da RFIdeas.