O setor de tecnologia é o que mais investe em capacitação profissional, segundo pesquisa realizada pela FNQ (Fundação Nacional da Qualidade), entidade que reúne de 39 organizações brasileiras dos setores público e privado. Em seguida, aparecem os setores automobilístico, químico e petroquímico empatados e, em terceiro lugar, o de energia elétrica.
O estudo, realizado em julho com 137 empresas brasileiras, destaca ainda que 88% dessas companhias têm dificuldades na contratação de profissionais qualificados, fazendo com que 92% delas invistam em projetos de capacitação de funcionários, enquanto 59% desenvolvem e oferecem programas de formação para pessoas que não trabalham na empresa. A maioria das companhias entrevistadas (97%) acredita que quanto mais o profissional for capacitado, melhor será seu desempenho e atuação.
De acordo com 95% das companhias, o sistema educacional brasileiro não está preparado para as oportunidades existentes no atual momento econômico, Desta parcela, 37% delas afirmam que a qualidade no ensino básico é o principal entrave para a competitividade, seguido do ensino universitário, na opinião de 32% das empresas e 31% dos técnicos entrevistados.
Do total de empresas, 44% afirmam que estão investindo na melhoria da qualidade do ensino brasileiro. Já 29% dizem que esse papel vem sendo exercido pelos cidadãos, 16% apontam as escolas e 11% indicam o governo como principal agente da melhoria da educação.
Na opinião de 36% das empresas, para o aperfeiçoamento da qualidade da educação ser colocado em prática, seria necessário exigir projetos de melhoria e permitir que empresas e pessoas participarem junto ao governo para essa melhoria. Outra forma de atuar, segundo 33% delas, seria por meio da eleição de políticos que se preocupam mais com o sistema educacional, enquanto 20% apostam em ações sociais e trabalho voluntário e 11% consideram que o melhor jeito de agir seria com apoio financeiro.
Os resultados da pesquisa demonstram a necessidade imediata de reformular o sistema educacional brasileiro, de acordo com o superintendente-geral da FNQ, Jairo Martins, que destaca que o sistema não vem acompanhando as rápidas mudanças socioeconômicas e os novos desafios no âmbito dos negócios.