Apesar de ser reconhecido por possuir um dos sistemas eleitorais mais modernos do mundo com a utilização de urnas eletrônicas, o Brasil pretende se modernizar ainda mais e se tornar referência na área com um projeto que prevê a digitalização de todos os títulos eleitorais existentes no país.
De acordo com o ministro Carlos Veloso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, os investimentos previstos para a migração dos títulos eletrônicos serão da ordem de R$ 500 milhões.
O anúncio foi feito durante o 6° Forum Mundial de E-democracia (http://www.forum-edemo.org/), que aconteceu em Paris na semana passada. O ministro destacou ainda que uma das principais vantagens da mudança para títulos eletrônicos, além da segurança, é o fato do título eleitoral passar a ser aceito como documento de identidade do cidadão. "O atual sistema brasileiro não permite personalização do eleitor", avalia Vagner Diniz, diretor do Instituo Conip. Para combater a deficiência, o novo sistema deverá ser munido de identificação biométrica, fotografia, número de identidade e o registro CPF do cidadão.
De acordo com Veloso, os R$ 500 milhões serão investidos em seis etapas e, somente no primeiro momento serão aplicados R$ 126 milhões desse total, beneficiando 22 milhões de eleitores com o novo título. A previsão é que até 2009, todos os títulos do país já estejam com o novo formato.
Segundo ele, a modernização do título vai acabar com o último reduto de fraude eleitoral no Brasil, já que a urna eletrônica eliminou todas as grandes fraudes cometidas no processo eleitoral ao afastar a mão humana do processo de apuração e totalização dos votos.
Em comemoração ao ano do Brasil na França, o governo francês convidou o país para apresentar suas experiências bem-sucedidas na área de governo eletrônico durante o evento. Uma comitiva formada por autoridades e empresas nacionais que atuam no segmento foi levada pelo Instituto Conip (Conhecimento, Inovação e Práticas de TI na Gestão Pública) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil e financiado pela União Européia.