O longo julgamento sobre quebra de patentes envolvendo Apple e Samsung, que resultou em multa de mais de US$ 1 bilhão à fabricante coreana, acabou sendo contaminado pelo viés pessoal do presidente do júri e deve ser refeito. Esta, ao menos, é a opinião da Samsung, que protocolou pedido na Justiça americana nesta quarta-feira, 3, para que o veredicto seja invalidado.
A Samsung alega que o presidente do júri, Velvin Hogan, omitiu ao tribunal que foi processado em 1993 pela Seagate, companhia da qual a Samsung é a principal acionista. O resultado forçou Hogan a decretar falência pessoal, e a fabricante acredita que esse episódio pode ter influenciado na decisão envolvendo a empresa e a Apple.
"As declarações públicas de Hogan sugerem que ele não respondeu as questões verdadeiramente, a fim de assegurar seu lugar no júri, para o qual o histórico dos selecionados foi considerado", diz o documento da Samsung. A alegação é embasada em documentos que mostram que o advogado que processou Hogan em nome da Seagate é casado com uma advogada da Quinn Emanuel, empresa de advocacia que representou a fabricante coreana no caso contra a Apple.
De acordo com o blog de tecnologia All Things Digital, ligado ao The Wall Street Journal, Hogan rebate as acusações dizendo que não houve conduta incorreta de sua parte. Segundo ele, a única obrigação era revelar ao tribunal se tinha ligações com as partes envolvidas no processo na última década, por isso a Seagate não foi mencionada. “Se eu tivesse sido questionado sem essa limitação temporal, claro que eu teria mencionado a Seagate”, argumenta Hogan.
Ainda segundo o blog, alguns envolvidos no caso afirmam que a gravação do juramento de Hogan mostra que não houve delimitação temporal na referida questão. Procuradas, a Samsung não respondeu às solicitações para comentar o caso e a Apple também não quis se manifestar.