O Facebook estaria em fase adiantada de planejamento para ingressar no mercado de cuidados com a saúde (health care), segundo três pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao site Business Insider. A empresa pensa em explorar a criação de comunidades online "de apoio" para conectar os usuários da rede social que sofrem de várias doenças. Uma pequena equipe também estaria desenvolvendo novas aplicações de "cuidados preventivos" para que as pessoas adotem hábitos saudáveis.
Nos últimos meses, segundo as fontes, a rede social tem realizado reuniões com especialistas da indústria médica e empresários visando a criação de uma unidade de pesquisa e desenvolvimento para testar novos aplicativos de saúde. A empresa ainda está na fase de coleta de informações, disseram elas.
Saúde tem sido historicamente uma área de interesse do Facebook, e mais recentemente seus executivos passaram a perceber que a saúde pode funcionar como uma ferramenta para aumentar o envolvimento com o site. Em 2012, por exemplo, a rede social obteve um sucesso inesperado com a iniciativa "status dos doadores de órgãos", que possibilitou que as páginas de perfil fossem alteradas para permitir que os usuários especificassem seu status de doador de órgãos. Na época, 13.054 pessoas se inscreveram online como doadoras de órgãos nos Estados Unidos, um aumento de 21 vezes em relação à média diária de 616 inscrições, de acordo com um estudo de 2013 publicado no American Journal of Transplantation.
As equipes de produtos do Facebook notaram que as pessoas com doenças crônicas como diabetes procuram a rede social para obter informações e receber conselhos, disse um ex-funcionário da empresa. Além disso, a proliferação de redes de pacientes como a PatientsLikeMe demonstra que as pessoas estão cada vez mais dispostas a compartilhar experiências e os tratamentos online.
Questões de privacidade
A entrada do Facebook na área de health care, no entanto, será um desafio e tanto, já que envolve questões de privacidade, uma área em que a empresa tem enfrentado críticas consideráveis ao longo dos anos. Esta semana, por exemplo, a empresa pediu desculpas aos usuários para manipular feeds de notícias para fins de investigação.
Para minimizar possíveis problemas em relação à privacidade com suas iniciativas de saúde, a empresa estaria considerando lançar seu primeiro aplicativo sem muito alarde e com um nome diferente, disse uma das fontes. Muitos dos usuários do Facebook não sabem que o Instagram, por exemplo, envia texto, imagem, localização, sons e vídeos não criptografados pela rede celular ou Wi-Fi. Isso permite que o conteúdo, mesmo que enviado na opção Direct (no qual a postagem não é pública), possa ser obtido por terceiros.
Uma atenuante em relação a isso está no recente abrandamento da política do Facebook que exigia que os usuários usassem seus nomes reais. Com isso, pessoas com doenças crônicas podem preferir usar apelidos quando forem compartilhar suas experiências e informações sobre saúde.
Procurado pelo site, o Facebook não quis comentar sobre o plano de ingressar na área de saúde.