O ano não está sendo fácil – e ninguém disse que seria. Relatórios do Banco Central já preveem uma retração de 2,7% na economia brasileira, o pior resultado nos últimos 25 anos. Somente de julho a setembro, as instituições internacionais de avaliação de riscos de crédito, que classificam a atratividade de um país para investimentos, já colocaram o Brasil em cheque – algumas trocando o grau de investimento pelo de "mau pagador".
Mais do que nunca, é necessário que a indústria se reinvente para atender a um mercado consumidor que teme a economia, reduz investimentos e anda com um pé ou dois atrás. Para o setor de TI não é diferente. Mesmo em plena era de transformação digital e Internet das Coisas (IoT), as empresas brasileiras estão reduzindo as expectativas de crescimento e puxando a rédea dos departamentos de TI.
Estamos vivendo um momento de renegociação dos contratos e os CIOs querem continuar inovando e alcançando a eficiência operacional. Para isso, precisam de alguém que possa entender esta dificuldade e oferecer soluções à medida de cada necessidade.
O papel de Trusted Advisor – ou conselheiro de confiança, ganha maior importância diante deste cenário. As empresas de tecnologia querem mostrar para o mercado, principalmente as PMEs – historicamente mais conservadoras – que soluções de Cloud e Big Data & Analytics, por exemplo, mesmo com baixo investimento, já são tangíveis.
Essas empresas necessitam, mais do que nunca, buscar a eficiência operacional, não apenas pela inovação, mas também sabendo usar da melhor forma o que já possuem e com pequenas adequações, além de tecnologias para gerenciar tudo isso. É preciso entender as dores e dificuldades dos clientes para realmente ajudá-los.
Mas, até que ponto esse papel se torna um fator primordial de sustentabilidade? Durante o EMC Forum 2015 – São Paulo, um dos mais importantes eventos de Big Data e Cloud do país, o presidente da EMC Brasil, Carlos Cunha, pontuou que os fornecedores de tecnologia também precisam entrar no negócio dos clientes e pensar como eles. É um momento de redefinição em toda a cadeia de TI e uma responsabilidade com a retomada da economia pelo avanço tecnológico.
No início do ano, um estudo da Frost & Sullivan apontou investimentos em Big Data em 34% das empresas brasileiras até 2016 – a maior parte delas pela primeira vez. A mesma pesquisa mostrou que as empresas estão buscando serviços de consultoria para construir um "road map" e iniciar a adoção de ferramentas de analytics. Com elas, as empresas podem coletar e gerenciar dados de clientes, da empresa e do mercado. Essas informações ajudam na tomada de decisões, na retenção de clientes e até na descoberta de novas ameaças e oportunidades.
Marcelo Issa, diretor de Alianças e Marketing do Grupo AÇÃO.