Com o aprofundamento da crise financeira mundial e a conseqüente redução dos gastos dos consumidores, a demanda por computadores pessoais deve sofrer uma forte desaceleração em 2009, cuja previsão é crescer apenas 3,8% e o volume de embarques, cair 5,3%, de acordo com estudo da IDC. Os percentuais são consideravelmente menores do que as estimativas feitas no segundo trimestre, que apontavam para um crescimento 13,7% em unidades e um aumento no volume de embarques de 4,5%.
As projeções para este ano e 2010 têm sido abaixo do estimado, de 12,4% e 10,9%, respectivamente, sendo que é esperada uma retomada para 2011 e 2012, com um crescimento acima de 12%.
Os mercados emergentes da América Latina, Europa Central e do Oriente Médio e África deverão ser os mais afetados no curto prazo. A queda nos preços do commodities, a alta do dólar e a restrição do crédito têm exercido um enorme impacto no consumo. Essas regiões foram as de mais rápido crescimento nos últimos anos, em decorrência da queda nos preços dos equipamentos, o que contribuiu para o ingresso de novos usuários no mercado. Agora, a IDC prevê que a América Latina e Central e o Leste Europeu terão uma queda acentuada no volume de PCs vendidos no terceiro trimestre de 2009. As únicas exceções serão o Oriente Médio e a África, que continuarão a se expandir, mas a um ritmo mais lento do que o verificado nos últimos anos.
Nas regiões mais desenvolvidas, a IDC também estima um crescimento mais lento. Embora a restrição ao crédito deva exercer um impacto significativo nos gastos, uma fatia maior do mercado será capaz de resistir à tempestade. De todo modo, a projeção de crescimento nessas regiões foi reduzida de 9% para 4% em 2009. Os embarques nos Estados Unidos devem ter um declínio de quase 3%, com um pequeno incremento de um dígito nos anos subseqüentes. Já para o Japão e o Canadá é esperada a redução de um dígito no crescimento, bem como nos dois anos posteriores. Na Europa Ocidental é onde se tem sentido mais lentamente as restrições ao crédito, e os notebooks de baixo custo continuam a ser um grande impulsionador do mercado, por isso é esperado que o crescimento continue em torno de 6%, embora seja muito abaixo dos 20% esperados para este ano. Já a Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, também deve ser afetada, apesar de a desaceleração não vir ocorrendo de maneira tão rápida como em outras regiões. Os embarques de PCs previsto para essa região devem ter um aumento de 7% em 2009 e de 18% a 20% nos anos subseqüentes, fazendo da Ásia-Pacífico a região de mais rápido crescimento em todo o mundo.
"A demanda por equipamentos portáteis e a queda nos preços continuam a ser os principais motores das substituições dos PCs", disse Loren Loverde, diretor da IDC, responsável pela pesquisa denominada Worldwide Quarterly PC Tracker. "O baixo custo vai contribuir para o crescimento do volume de vendas de mininotebooks, mas com pressão nas margens e nas receitas. Além disso, os segmentos de consumo e comercial serão muito mais conservadores em suas compras durante o próximo ano ou os dois seguintes. Ao mesmo tempo, a queda dos preços permanecerá essencial para que a indústria consiga aumentar os volumes como fez nos últimos anos."
"O declínio nos embarques, juntamente com a relativa estagnação do mercado comercial, levará a menos oportunidades e intensificará a concorrência no mercado americano de PCs", disse Richard Shim, gerente de pesquisa de tecnologia pessoal da IDC.
- Desaceleração das vendas