O novo espaço de trabalho é composto de uma série de novos componentes de tecnologia que possibilitamo acesso remoto às ferramentas necessárias no seu ambiente corporativo. Compartilho aqui algumas observações sobre um futuro não tão distante. Se daqui a alguns anos sua sala for exatamente assim, esteja certo de que não será mera coincidência.
1. A rede – 2,3 bilhões de usuários no mundo Internet (UIT)
Um sistema de redes onipresente é um componente vital para a nova área de trabalho, uma rede onde os serviços são totalmente gerenciados de ponta a ponta. Indicadores do ITU World Telecommunication/ICT Indicators apontam que, em 2011, o mundo virou a casa de sete bilhões de pessoas dos quais um terço usam a internet. Com mais casas conectadas à internet pela banda larga, as empresas possuem mais possibilidades de adotar políticas para o trabalho remoto.
Este cenário é apoiado pelo crescimento na Internet de banda internacional nos últimos cinco anos: de 11.000 Gbit/s em 2006 para cerca de 80.000 Gbit/s em 2011. No novo espaço de trabalho, as redes onipresentes contribuirão para resolver três principais problemas: consumo de energia, interface do usuário e conectividade sem fio.
2. Os dispositivos inteligentes – 1,84 bilhões de dispositivos conectados utilizados globalmente em 2016 (IDC)
Os dispositivos inteligentes conectados – PCs, tablets e smartphones – disponíveis no mercado continuam a crescer. As pessoas compram seus próprios gadgets e desejam usá-los para acessar os dados de suas empresas desde suas próprias casas. A IDC revelou que neste ano o número de dispositivos trazidos para o trabalho cresceu para 3,5 dispositivos e a adoção tablet cresceu para 64%.
Destes usuários corporativos, a maioria (82%) relata que estão preocupados com o uso de dispositivos pessoais para fins de trabalho. Para as empresas, a maior preocupação são violações de segurança de rede em potencial (62%), seguido por uma possível perda de dados de clientes (50%), roubo potencial da propriedade intelectual (48%) e os requisitos de conformidade de dificuldade de reuniões (43%). Além disso, especialistas apontam que 40% dos trabalhadores jovens requerem mais flexibilidade no trabalho e as empresas precisam levar em consideração as demandas por flexibilidade e formas colaborativas de trabalho.
Muito tem sido feito para resolver estes gargalos com ferramentas de gerenciamento de dispositivos. A GIA diz que o mercado global de software móvel está projetado para atingir US$ 79,7 bilhões em 2017. Vamos concordar que não é pouco.
3. A nuvem – 90% dos dispositivos terão serviços de nuvem integrados até 2013 (Gartner)
Segundo o Gartner, a razão principal para o surgimento da nova área de trabalho é que, até 2014, a nuvem pessoal vai substituir o PC como o centro da vida dos usuários digitais. Até o final de 2013, os serviços de nuvem serão integrados a 90% de todos os dispositivos de consumo conectados e seu valor irá superar US$ 150 bilhões.
Tecnologias como o Virtual Desktop Infrastructure (VDI) permitirá que os usuários acessem seus desktops de qualquer lugar. Uma pesquisa recente sobre Índice Global de Segurança da Citrix Systems revelou que 33% das grandes organizações já implementaram algum nível de virtualização de desktop. Mais de 41% das empresas pretendem fazer isso no próximo ano.
4. As comunicações unificadas e colaboração – US$ 13,5 bilhões – o valor de UC na Europa em 2013 (IDC)
As comunicações unificadas (UC) vão desempenhar um papel fundamental na orientação das pessoas para o modelo do novo espaço de trabalho, permitindo pleno controle de como o acesso remoto funciona na empresa. As últimas previsões da ABI Research mostram que o valor do mercado global de UC deve atingir US$ 2,3 bilhões em 2016.
Outras ferramentas de colaboração também serão importantes para o novo espaço de trabalho. O Gartner, por exemplo, prevê que 200 milhões de pessoas vão pagar para ter videoconferência em seu desktop até 2015. A Infonetics também espera cerca de US$ 22 bilhões em investimento das empresas para terem softwares de videoconferência de 2012 a 2016.
Ao contrário do que já se pensou, a combinação da mobilidade com a comunicação unificada pode entregar, sim, custos menores e maior produtividade. A conectividade de informação e experiência do usuário pode ser integrada de forma flexível visando a redução de custos e de implantação. A prioridade é definir políticas de mobilidade, impulsionadas por decisões estratégicas de negócios. Instalar e licenciar o software são tarefas simples.
5. Aplicativos – 36 bilhões de aplicativos serão baixados vai até o final de 2012 (ABI Research)
A ABI Research afirma que os usuários móveis deverão baixar cerca de 36 bilhões de aplicativos em 2012 e haverá demanda por essas ferramentas corporativas na nova área de trabalho. A IDC também prevê que até o final do ano, 80% dos novos aplicativos corporativos ficarão na nuvem.
É bom lembrar que há uma pequena diferença nestes componentes. Aplicativos móveis são projetados especificamente para rodar em um sistema operacional da máquina, enquanto os aplicativos empresariais são executados através de um software baixado da Web cada vez que é executado.
A Tata Consultancy Services descobriu que aplicativos na nuvem estão em 39% de aplicações empresariais na América Latina. Uma vez que o HTML5 seja aprovado, as empresas deixarão de se preocupar com hardware ou suporte técnico, e só irão fornecer a tecnologia necessária para atingir as metas de trabalho. Com o HTML5, os funcionários poderão acessar aplicativos empresariais de qualquer dispositivo.
A Evans Data constatou que 73,4% dos desenvolvedores móveis estão usando HTML5. Com ele, uma URL centralizada vai oferecer tudo o que o usuário precisa, não importa qual dispositivo ou a partir de que local eles estão acessando.
6. Segurança: US$ 60 bilhões – o montante gasto pelas empresas em ferramentas de segurança em 2011 (PwC)
Todos estes recursos requerem que apenas uma coisa seja simples e sólida, sempre entregando a mesma resposta: segurança.
Nos primeiros cinco componentes que citamos aqui, a segurança corporativa enfrenta uma série de obstáculos novos trazidos por essas inovações. Com o novo espaço de trabalho é que os funcionários poderão acessar firewalls corporativos de qualquer lugar a qualquer momento. Isso vai exigir protocolos de segurança significativos funcionando fora do escritório.
Empresas vítimas de violações de dados gastam em média US$ 6,75 milhões por incidente. O novo espaço de trabalho deve se provar seguro. Os custos com ferramentas de segurança por si só não são suficientes, evidentemente. Em 2011 empresas gastaram mais de US$ 60 bilhões em ferramentas de segurança, de acordo com recente pesquisa da PriceWaterhouseCoopers.
Analistas do Gartner previram que o custo financeiro do ‘cibercrime’ vai crescer 10% ao ano até o fim de 2016, impulsionado pela descoberta contínua de novas vulnerabilidades. Atualmente, existem 45 milhões de vírus diferentes em circulação, com mais de 2.000 novas versões aparecendo a cada dia.
Todos esses números sintetizam o que o espaço de trabalho do futuro significa. Essa transformação é um passo sem volta e ajuda as empresas a permanecerem ágeis e capazes de engajar novas oportunidades assim que elas surgem, e de maneira colaborativa. Sua empresa está pronta para as novas oportunidades?
Renato Leite, diretor de Marketing da Orange Business Services para Américas