A tecnologia em nuvem tem, cada vez mais, desafiado os paradigmas corporativos e trazendo inovações, de modo que as empresas precisam acompanhar as tendências para otimizar e melhorar os seus processos e resultados. Olhando para o futuro da tecnologia em nuvem, a estratégia multinuvem se destaca como uma solução promissora para companhias que buscam não apenas escalar suas operações, mas também diversificar seus riscos. No entanto, essa abordagem traz consigo uma série de desafios que exigem atenção cuidadosa.
Segundo uma pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC), empresa líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e eventos para os mercados de Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Tecnologia de Consumo, 55% das organizações usuárias de TI estão implementando ativamente redes em multinuvem. Já outro terço está visando fazê-lo até o final deste ano. Esse avanço promete trazer uma mudança significativa na infraestrutura de TI, fazendo com que seja mais responsiva e segura.
Isso acontece porque esse é um modelo de implementação de serviços em cloud que envolve o uso de múltiplos provedores, permitindo que as corporações distribuam suas cargas de trabalho e dados entre diferentes plataformas. Ela não se limita a um único tipo de nuvem (pública, privada ou híbrida), mas combina recursos de vários fornecedores para atender a necessidades específicas. Assim, tem como objetivo aproveitar o melhor que cada provedor tem a oferecer, desde desempenho superior, atendimento e suporte personalizado a custos mais acessíveis.
Dessa forma, uma das principais vantagens é a escalabilidade, de modo que, em um ambiente de negócios dinâmico, onde a demanda por serviços pode variar drasticamente, a capacidade de escalar rapidamente as operações utilizando recursos de diferentes provedores é crucial. Além disso, essa diversificação permite que as companhias reduzam sua dependência de um único fornecedor, o que pode ser uma salvaguarda importante contra interrupções de serviço ou mudanças inesperadas nas políticas comerciais.
Outro aspecto significativo é a otimização de custos. As organizações têm a liberdade de escolher os serviços mais econômicos e adequados, potencialmente reduzindo custos operacionais. Além disso, ela pode melhorar o desempenho dos aplicativos e otimizar o uso da infraestrutura que melhor atende às suas demandas. Isso se torna ainda mais relevante à medida que as empresas buscam integrar tecnologias emergentes, como inteligência artificial e machine learning, que podem ser oferecidas por diferentes provedores.
Entretanto, os riscos associados a essa abordagem não podem ser ignorados, uma vez que a gestão de múltiplos ambientes de nuvem pode se tornar complexa, dificultando a aplicação consistente de políticas de segurança, podendo levar a vulnerabilidades e ameaças significativas. Isso porque a diversidade de plataformas aumenta a superfície de ataque, expondo as companhias a riscos como configurações incorretas e falhas no gerenciamento de acesso.
Ademais, realizar uma migração entre diferentes provedores pode resultar em perda irreversível de dados se não for realizada com cuidado. Um erro na configuração ou uma falha na nuvem pode comprometer informações críticas para os negócios. Além disso, a conformidade também se torna um desafio em um ambiente multinuvem, uma vez que diferentes regulamentos e normas aplicáveis em várias jurisdições exigem atenção especial. Contudo, isso é ainda mais complicado pela falta de visibilidade em ambientes complexos.
Diante desse cenário, é essencial que as organizações adotem estratégias robustas de segurança e gerenciamento que garantam proteção adequada em todos os ambientes utilizados. Investir em soluções integradas de segurança na nuvem e realizar avaliações regulares dos riscos são passos fundamentais para garantir que os benefícios da nuvem superem os desafios associados. Com uma abordagem proativa e informada, as corporações podem navegar com sucesso neste novo paradigma.
Paulo Lima, CEO da Skymail.