O administrador executivo da Sonaecom, Luís Reis, garantiu na terça-feira (2/1) que a empresa "não espera" dificuldades em assumir o controle da Portugal Telecom Multimedia (PTM), caso a oferta que a sub-holding do grupo Sonae fez para adquirir a Portugal Telecom seja concretizada.
"No caso de virmos a enfrentar problemas [para assumir o controle exclusivo da PTM, braço da Portugal Telecom na a área de multimídia], e se por acaso não forem considerados razoáveis, já estudamos mecanismos jurídicos que permitirão vencer as dificuldades", afirmou à Agência Lusa o administrador da sub-holding do Sonae para a área de telecomunicações, internet e multimídia.
Reis destacou que a Portugal Telecom ? que detém cerca de 60% da PTM ? já exerce o controle exclusivo da PTM (o que, na prática, significa dizer que consegue nomear maioria no conselho de administração da empresa), algo que "é perfeitamente assumido em seus relatórios de contas".
Se a oferta for bem-sucedida e a Sonaecom assumir o controle da Portugal Telecom, "não há nenhuma razão para [a Sonaecom] não conseguir fazê-lo nas mesmas circunstâncias que a Portugal Telecom" e conseguir assim cumprir com todos os requisitos exigidos pela Autoridade da Concorrência [órgão regulador português], ratificou Reis.
As condições da agência reguladora para um parecer positivo referente à oferta sobre a Portugal Telecom e, em um caso específico, à PTM, passam não apenas pela venda da própria PTM (caso seja esta a decisão da Sonaecom), mas também pelo repasse das participações em negócios de conteúdos (distribuição cinematográfica, cinemas, comercialização de vídeos) e pelo fim de direitos exclusivos para permitir uma maior concorrência no mercado de conteúdos.
O Banco Espírito Santo (BES) é o segundo maior acionista da PTM, com cerca de 8% do capital da empresa.
