RFID: como a tecnologia segue inovando no varejo

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Realizada em Nova York, a mais recente edição do maior evento de varejo do mundo, a NRF Retail's Big Show, abordou as últimas macrotendências que têm norteado o setor e que devem seguir em alta ao longo deste ano. E, entre elas, podemos destacar os saltos apresentados pela inteligência artificial (IA), o aperfeiçoamento da experiência do cliente, as práticas sustentáveis e a conectividade entre o mundo físico e o digital e, aqui, com destaque para o RFID (ou identificação por radiofrequência) como uma tecnologia capaz de integrar todas essas frentes e que segue revolucionando a jornada dos produtos no mercado.

Uma tecnologia que impulsiona as demais tendências

Desde o seu surgimento e aplicações rudimentares, em sistemas precursores da década de 40,  até sua adoção em larga escala e popularização entre as gigantes do varejo nos anos 2000, o RFID tem sido capaz de acompanhar a evolução dos negócios, bem como as tendências e suas demandas crescentes por rastreabilidade, transparência da cadeia de suprimentos, precisão de estoques, redução de perdas e desperdícios, além do engajamento com o consumidor e a otimização de suas experiências com marcas e compras. E tudo isso, de fato, é o que explica como essa tecnologia tem sido explorada e ido além.

Ao utilizar etiquetas compostas por chips eletrônicos e antenas, o RFID gera uma identidade digital única para cada item em que é aplicado, permitindo que leitores identifiquem todas as informações armazenadas neste pequeno espaço físico. Por isso, quando pensamos na rastreabilidade, transparência e sustentabilidade da cadeia de suprimentos, a tecnologia impulsiona essas tendências e se destaca, ao permitir o acesso a todos os dados relacionados ao ciclo de vida e logística de determinado produto, desde a sua origem, produção até a chegada ao consumidor final.

Práticas sustentáveis e as contribuições do RFID

Em nível de precisão de estoques, redução de perdas e desperdícios, especialmente quando lidamos com produtos perecíveis em curto e médio prazo, o RFID demonstra também sua efetividade. Além de automatizar etapas manuais inerentes aos processos de inventário, a tecnologia tem ajudado na precisão dos itens armazenados, tanto para que as demandas sejam atendidas dentro de um prazo determinado, quanto para gerenciar, por exemplo, os dados de vencimento dos produtos, mitigando perdas, descartes e os consequentes prejuízos financeiros. Tendo as práticas sustentáveis entre as principais tendências anunciadas, essa contribuição da tecnologia é fundamental.

Ainda sobre a redução dos desperdícios, pensando no setor de alimentos, atualmente o Brasil descarta 30% de tudo o que é produzido, segundo dados do IBGE; ou seja, o país desperdiça cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos todos os anos, o que representa, em termos econômicos, um valor estimado em R$61,3 bilhões – uma realidade que pode ser totalmente transmutada com a ajuda e aplicação em larga escala do RFID. O rastreamento em tempo real, por meio das etiquetas inteligentes, permite que as cadeias de suprimentos tenham uma gestão efetiva. Essa inteligência tecnológica, além da transparência nos processos, em conformidade com as diferentes exigências – legais, sanitárias e da própria demanda de consumo – estabelece uma possibilidade direta de reduzir essas taxas.

IA, conectividade e experiências de consumo

As vantagens do RFID são inúmeras, mas seu impacto mais revolucionário se manifesta na experiência do consumidor final.  A tecnologia permite criar experiências personalizadas e conectadas,  em que o cliente interage com produtos e marcas tanto no mundo físico, quanto no digital.  Um exemplo notável dessa revolução são as compras sem atrito,  viabilizadas por soluções como o self-checkout (adotado por empresas como Decathlon e Renner) e o "Just Walk Out" da Amazon.  Com o RFID,  o consumidor  simplesmente escolhe os produtos que deseja e sai da loja, sem filas e sem passar pelo caixa.

Em meio a tantas possibilidades, ao longo deste ano sairão à frente os negócios que pegarem carona nessas tendências e contribuírem, de alguma forma, para a evolução de suas iniciativas no varejo. Empresas que conseguirem alcançar o equilíbrio entre a inovação tecnológica – uma das maiores realidades deste século – e o fortalecimento das conexões humanas de valor, em meio ao universo digital, estarão prontas para os próximos passos neste grande mundo de oportunidades que ainda está por vir. Que possamos, enfim, continuar tornando tudo isso possível.

Alexander Modro, gerente de desenvolvimento de mercado RFID da Avery Dennison para a América Latina.

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