A aquisição pela Portugal Telecom de 22,38% de participação na Oi, em julho do ao passado, já começa a trazer reflexos positivos para a concessionária brasileira. Ao divulgar os resultados financeiros e operacionais nesta sexta-feira, 4, a operadora informou que o Capex (investimentos de capital) projetado para este ano deve variar entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, praticamente o dobro do aplicado em 2009, que foi R$ 3,1 bilhões. A cifra é 116% maior que o investimento anual da TIM e 76% mais elevado que o da Vivo. A America Movil, controladora da Claro, não divulga os dados da operadora de telefonia móvel.
Segundo o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Oi, Alex Zorning, 20% do aporte será destinado à manutenção da rede e em TI e os outros 80%, à infraestrutura de rede, sendo a maior parte disso na rede móvel.
O executivo não revela o investimento por tipo de serviço, mas dos R$ 3,1 bilhões de 2009 69% foram destinados aos serviços fixos e 31%, a telefonia e banda larga móvel. O alto valor injetado na rede terrestre foi decorrência do projeto de inclusão digital das escolas públicas, da oferta de pacotes de dados aos clientes corporativos e da expansão da cobertura e velocidade da banda larga fixa.
Neste ano, os serviços de internet móvel devem absorver mais investimentos, de acordo com o Zorning, ao adiantar que a prioridade da Oi neste ano será na ampliação da cobertura e capacidade da oferta de banda larga fixa e móvel. "Hoje já oferecemos esses serviços a 4 mil municípios e até o fim do ano nossa meta é chegar à quase totalidade das cidades do Brasil."
Cobertura por fibra
Do investimento total, R$ 200 milhões serão aplicados na rede de fibra óptica (FTTH) da operadora, que pretende atender 30 mil residências com esse serviço até o fim do ano. "Isso significa 6% da nossa base de banda larga", informa o executivo. "Hoje temos a maior rede de acesso à banda larga fixa do Brasil, o que nos coloca em uma posição bastante favorável para aproveitar o processo de massificação deste serviço no país nos próximos anos", destaca Zornig.
No ano passado o lucro líquido da Oi foi de R$ 1,75 bilhão, queda de 65,6% em relação a 2009. A receita bruta consolidada atingiu R$ 45,9 bilhões, a receita líquida totalizou R$ 29,5 bilhões, enquanto que o Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciações e amortizações) alcançou R$ 10,3 bilhões, alta de 5,4% em relação a 2009.
A receita bruta dos serviços de telefonia móvel da Oi atingiu R$ 11,2 bilhões em 2010, 13% a mais que 2009, ao passo que o faturamento dos serviços de dados cresceu 41%. Já a receita média por usuário (ARPU) na telefonia móvel registrou alta de 4,1%, atingindo um valor anual de R$ 22,6, ante R$ 23,5 somente do quarto trimestre.
"Podemos dizer que recentemente passamos por três ciclos na Oi: o primeiro, quando compramos a BrT e crescemos fortemente de forma inorgânica; o segundo, em que integramos as duas companhias e capturamos sinergias da ordem de R$1,4 bilhão; e agora um novo ciclo, onde o foco está principalmente na exploração de oportunidades de crescimento em banda larga, no mercado móvel nas regiões II e III e no serviço de TV por assinatura – importante ferramenta de proteção para o negócio de telefonia fixa", afirma o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Alex Zornig.
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