A Ulend, fintech especializada em empréstimos P2P (Peer to Peer Lending), acaba de receber R$ 4,8 milhões de investimento de três ex-sócios da XP Investimentos. O recurso será utilizado para a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – que ocorre quando diversos investidores reúnem seus recursos em um investimento comum, com objetivo de atender a demanda de empréstimos e criar novos produtos para os clientes da plataforma.
O P2P é também conhecido como empréstimo entre pessoas e se caracteriza pelo uso de plataforma na web para captação e distribuição de valores, sem a intervenção de uma instituição financeira tradicional. No Brasil, ele é regulamentado desde 2018 pelo Banco Central, que criou duas novas modalidades de empresas de crédito não vinculadas a banco ou instituição financeira: as Sociedades de Crédito Direto (SDC) e as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
Em 2020, a fintech encerrou o ano com uma carteira de R$ 39 milhões, o que representa crescimento de 354% em relação ao ano anterior. Em termos de novos investidores, o incremento foi de 61% em relação a 2019. Já a rentabilidade bruta da empresa atingiu 26,71%, enquanto o índice de inadimplência foi de apenas 7,21%.
Embora seja um mercado relativamente novo, o peer to peer cresceu significativamente no ano da pandemia. No auge da crise, entre fevereiro e março do ano passado, a Ulend registrou aumento de 30% na procura por crédito. "Neste cenário de crise econômica causada pelo coronavírus, muitas micro e pequenas empresas precisam acessar capital de maneira rápida e segura, o que justifica esse crescimento", lembra o sócio fundador da Ulend, Gabriel Nascimento.
Para 2021, a expectativa do executivo é que a Ulend cresça 287% em relação a 2020. Com uma carteira de R$ 112 milhões e 22% em rentabilidade. "A previsão é que tanto as PMEs quanto as empresas maiores se capitalizem para manterem suas operações diante da crise, portanto o mercado deve ficar aquecido no setor", finaliza Nascimento.