Os bancos brasileiros gastaram mais de R$ 22 bilhões em tecnologia da informação (TI) no ano passado, cifra que representa um crescimento 15% em relação a 2009. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 4, pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), os quais mostram, também, que as transações bancárias atingiram quase 56 bilhões de operações em 2010, das quais as transações de internet banking já representam 23% do total.
Dentre os investimentos em tecnologia, os gastos com softwares foram os mais representativos, atingindo o montante de R$ 6,88 bilhões, o que corresponde a 31,2% do total. Os dispêndios com infraestrutura e hardware também foram elevados: R$ 6,35 bilhões e R$ 3,04 bilhões, respectivamente, ou 28,8% e 13,8% de todo o orçamento. Do mesmo modo, as despesas correntes com telecomunicações apresentaram um crescimento relevante, para R$ 4,75 bilhões, ou 21,6% do orçamento.
Um dado que chama a atenção no estudo é o crescimento de 24% nos investimentos para desenvolvimento interno de software (software in house) e a queda expressiva nas despesas com a compra de software de terceiros. A Febraban atribui esse "desequilíbrio" ao processo de consolidação bancária levado a cabo nos últimos dois anos, que fez com que os grandes bancos de varejo investissem pesadamente no desenvolvimento interno de sistemas para integração de suas operações. "A tendência, a partir deste ano, com a fase de consolidação já concluída, é haver um reequilíbrio nos gastos, entre software de mercado e desenvolvido internamente", avalia o presidente da Comissão Organizadora do Ciab Febraban 2011, Gustavo Roxo.
A pesquisa revela ainda que o total de terminais de autoatendimento (ATMs) em pontos públicos aumentou 43%, de 9,9 mil, em 2009, para 14,2 mil no ano passado, assim como o número de ATMs em postos de atendimento, que cresceu de 29,6 mil, em 2009, para 32,3 mil no ano passado. Em contrapartida, a quantidade de terminais em agências foi reduzida de 133,9 mil, em 2009, para 132,2 mil no ano passado.
Outro destaque do estudo foi o avanço extraordinário do número de usuários de mobile banking, que aumentou 72%, passando de 1,3 milhão de contas, em 2009, para 2,2 milhões de contas no ano passado. O número de clientes com internet banking também cresceu, mas de forma mais modesta. O total de correntistas que utiliza esse serviço passou de 35 milhões para 38 milhões, aumento de 8% na comparação anual.
O levantamento mostra, ainda, que os bancos aumentaram os investimentos no ano passado em processamento centralizado. No caso dos mainframes, houve um aumento de 31% no número de Mips (milhões de instruções por segundo) e de 24% na capacidade de armazenamento dos discos. Apesar disso, os bancos têm aumentado o número dispositivos remotos (PDAs, smartphones, notebooks etc.) mais rapidamente do que os equipamentos centralizados.
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