A média de investimento das médias e grandes empresas em 2006 foi de 5,5% do faturamento líquido no período. A informação faz parte da 18ª edição anual da Pesquisa Administração de Recursos de Informática, divulgada nesta segunda-feira, 4/6, pelo CIA ? Centro de Informática Aplicada da Escola de Administração de Empresa de São Paulo, da FGV Fundação Getúlio Vargas.
A pesquisa foi realizada com 1.660 empresas privadas, no período de setembro de 2006 a março de 2007, onde estão incluídas 60% das 500 maiores empresas no Brasil, e divididas por tamanho de acordo com uma metodologia própria de quantidade de teclados instalada. Até 160 teclados é considerada uma pequena empresa; de 161 a 550, média e acima de 550 grande empresa, não tendo relação com o faturamento da mesmas.
Segundo o coordenador da Pesquisa, prof. Fernando S. Meirelles, o orçamento das empresas brasileiras é de menos da metade dos investimentos em TI nos Estados Unidos e pouco menos que a atual CCE – Comunidade Comum Européia. ?Se incluirmos os novos países que
fazem parte da CCE, o investimento brasileiro será um pouco maior. Portanto, ainda tem boas perspectivas de crescimento para os fornecedores do setor ?.
O custo anual das empresas por teclado em 2006 ficou estável (2% de redução em relação ao ano anterior), da ordem de U$ 9 mil, mas em reais caiu 12%, ou seja, R$ 19.400,00. A pesquisa quando compara o número de teclados por usuário, mostra o custo anual de US$ 8,7 mil (queda de 4% em relação a 2005); se considerarmos por número de funcionários, o custo é de US$ 6,6 mil, redução de apenas 2% de um ano para outro.
Números
A estimativa da base instalada de micros em 2006, de acordo com a FGV-SP, é de 40 milhões de unidades (73% modelo Pentium 4), 7,4 milhões do quais vendidos em 2006. A previsão para o biênio 2009/2010 é que base instalada ficará próxima das 60 milhões de unidades.
A pesquisa faz uma comparação extensa da base instalada, itens de hardware e software, pessoal e de gastos por tipo de atividade das empresas. A área de serviços, que inclui os bancos, é onde o gasto e investimentos são maiores que a média, ficando em 7,8 do faturamento líquido em 2006; já a indústria teve média de 3,6% e, tradicionalmente, o comércio ficou com menor índice, 2,5%.
No quesito de produtos, dois destaques são mostrados na pesquisa. O primeiro revela que no segmento de pacotes integrados (ERP) o grupo Totvs ultrapassou a SAP em market share com 24% do total; seguido pela SAP, com 23%; Oracle e Datasul empatadas com 16%; SSA (atual Infor) com 8% e outros 13%.
?Temos que levar em consideração que a Totvs é a soma de 17% da Microsiga e 7% da RM Sistemas. Importante ressaltar que pesquisamos o uso por empresa, não incluímos critérios de valores, regiões geográficas, etc?, esclarece Meirelles.
Outro destaque da pesquisa foi o mercado de sistemas operacionais, onde o ambiente Windows continua dominante no desktop, com 97% da base instalada e 65% de participação em servidores, uma ligeira alta em relação a 2005. Os diferentes sistemas Unix encontram-se em 14% das empresas e o Linux em 17%, totalizando 31% da base total; Novell apenas com 2% e outros com 2%.
?Mesmo a tão propalada explosão do crescimento do Linux no ambiente de servidores não foi corroborada na pesquisa. Tanto o Windows quanto Linux tiveram um ligeiro crescimento na base instalada. Quem perdeu foi a Novell, que nos últimos dez anos tem diminuído consistentemente sua fatia de mercado?, finalizou o diretor da FGV-SP.
PDF da pesquisa pode ser encontrado no site www.fgvsp.br/cia/pesquisa