A fabricante chinesa de PCs Lenovo está em negociações com diversas empresas a criação de uma joint venture para produção de smartphones. De acordo com o The Wall Street Journal, o anúncio foi feito pelo presidente para as regiões da Ásia-Pacífico e América Latina, Milko van Duijl, em entrevista ao jornal americano. O executivo não citou nomes das possíveis parceiras.
"Estamos conversando com muitas pessoas. A razão pela qual estamos muito ativos é que essa indústria está se movimentando rapidamente", disse van Duijl para o jornal americano. "Tablets e smartphones são onde está o maior crescimento, principalmente em mercados emergentes."
A movimentação da Lenovo para criar joint venture se dá em meio a disputa acirrada no mercado de computação pessoal, que enfrenta uma forte retração da demanda e margens de lucro cada vez mais reduzidas. No mercado de PCs, a fabricante chinesa disputa com a HP a liderança em participação de mercado, sendo que no primeiro trimestre ela deteve 15,3% de representatividade contra 15,7% da rival, de acordo com a IDC. Contudo, as vendas e margens crescentes da companhia não garantem um crescimento no longo prazo à companhia, por isso a Lenovo visa atingir também o mercado de mobilidade para garantir a sobrevivência.
Na China, a Lenovo já é a segunda maior fabricante de smartphones, atrás apenas da Samsung, ganhando 11% de participação de mercado em 2012 contra 4,1% em 2011, segundo dados da IDC. Em outubro do ano passado, a fabricante chinesa iniciou a venda dos telefones inteligentes fora da China como parte de uma estratégia para expandir as vendas nos mercados emergentes.
A fabricante aposta agora em um modelo que deverá custar entre US$ 500 e US$ 700 e ser lançando, até o fim do ano, em dez novos mercados, incluindo China, Índia, Indonésia, Rússia, Filipinas e Vietnã. O jornal americano cita ainda que, em entrevista no mês passado, o CEO da Lenovo Yang Yuanqing disse que a empresa quer começar a vender smartphones nos EUA dentro de um ano.
Milko van Duijl não quis comentar sobre as especulações da mídia japonesa de que a companhia pretende juntar-se com a NEC para fabricação dos dispositivos. As empresas já mantêm uma joint venture no Japão para produção de PCs.