Os órgãos reguladores europeus devem avançar nesta semana com o inquérito que investiga a IBM por possíveis infrações à lei antitruste em razão do domínio exercido pela empresa no mercado de computadores de grande porte (mainframes).
As investigações devem prosseguir mesmo com a retirada do processo movido pela Platform Solutions Inc., uma start-up do Vale do Silício, na Califórnia, que tinha tentado entrar no negócio de mainframe. Na quarta-feira (2/7), a IBM anunciou a compra da PSI havia entrado com uma ação antitruste contra a IBM nos Estados Unidos, além de ter se queixado à Comissão Européia. Ela retirou a última queixa contra a IBM pouco antes de fechar o negócio com a gigante dos mainframes
No entanto, fontes da Comissão Européia, em Bruxelas, confirmaram que o órgão terá de continuar a investigar as questões que a PSI havia suscitado. "Estamos continuando a olhar para a concorrência nesse mercado", disse um funcionário ao jornal britânico Financial Times, que pediu para não ser identificado.
Um porta-voz da IBM negou que a compra da PSI havia sido montada para pôr fim ao risco de litígio ou silenciar as críticas da empresa. "Trata-se realmente de um negócio em razão do conhecimento, infra-estrutura de laboratórios e da tecnologia da empresa", disse ele, acrescentando que as tecnologias de mainframe em desenvolvimento na PSI ainda ?virão à luz do dia para impulsionar o negócio de mainframe da IBM, sem fornecer mais pormenores.
Embora pequena, a PSI tinha se tornado uma pedra no sapato do negócio de mainframes da IBM, apesar da sua posição dominante nessa área desde o início da indústria da computação, e ainda a fonte de uma grande fatia dos seus lucros. Embora os servidores tenham se tornado a principal força-motriz da computação centralizada na era da internet, os mainframes ainda estão no ?coração? da maior parte das grandes corporações e dos governos que fazem uso intensivo de sistemas em suas operações.
A PSI foi fundada por engenheiros da ex-fabricante de mainframes Amdahl.
O caso tem trazido à tona problemas que remontam mais de meio século, quando já haviam inquéritos antitrustre movidos contra a IBM. Naquela época, em 1956, os processos foram resolvidos por meio de um acordo no qual a IBM concordou em licenciar o seu sistema operacional para fabricantes de hardware, entre eles a própria Amdahl. Agora parece que ela não está mais disposta a fazer isso.