O mercado brasileiro de tecnologia para a área saúde se encontra em estágio intermediário de maturidade. A adoção massiva de tecnologia em procedimentos e processos médicos se concentra em algumas instituições de saúde de grande porte. O desafio para o setor é ampliar essa utilização a mais instituições e aumentar o investimento na área.
Atualmente, as empresas passaram a empregar mais tecnologias na digitalização dos documentos, iniciando a transição do analógico (papel) para o digital. Já para empresas de médio e grande porte com maior adoção tecnológica e maior nível de digitalização a necessidade está relacionada ao melhor uso da infraestrutura instalada.
Neste processo de maturação do uso da tecnologia, é necessário adequar-se a novos modelos de negócio e "normativas da informação". Ou seja, é preciso estabelecer procedimentos, políticas e condutas para o gerenciamento do armazenamento e da retenção dos dados e registros relacionados aos pacientes. Em países com os EUA, os hospitais e instituições médicas devem guardar tais dados e registros médicos por até 10 anos após a morte do paciente.
Aprimorar a eficiência e o gerenciamento da tecnologia se traduz em um grande desafio para as instituições. A complexidade envolvida no gerenciamento dos múltiplos silos de armazenamento aumenta abruptamente com crescimento do volume de dados gerados por equipamentos e programas de computadores cada vez mais avançados.
Ainda, as grandes instituições estão distribuindo seus centros de atendimento, provocando a descentralização da origem desses dados. Porém, o acesso a estes dados e registros médicos deve ser possível a partir de qualquer das unidades de atendimento. Esta onda de expansão agrava o problema de gerenciamento da infraestrutura de sistemas e armazenamento.
A grande demanda para armazenamento de dados não estruturados tem origem nos mais diversos exames que geram imagens, tais como radiografias a lâminas digitalizadas, tomografias, ressonâncias magnéticas, etc. Em menor escala, é preciso guardar ainda dados estruturados, como históricos e fichas de pacientes, que são arquivos menores e também os registros médicos.
Com o avanço dos equipamentos e exames 3D e 4D, que geram imagens e registros com maior quantidade de informação, um único estudo médico pode somar terabytes de dados. A infraestrutura de armazenamento é quem suporta e garante a preservação das imagens e registros, bem como o fluxo dessas informações e documentos, possibilitando diagnósticos mais precisos, pois, múltiplos profissionais médicos trabalham simultaneamente esses dados em fase de laudo.
Existe ainda a expectativa de que, com o desenvolvimento econômico, cada vez mais pacientes tenham acesso à medicina preventiva e diagnóstica de alta qualidade. Por isso, a escalabilidade da solução de armazenamento é a chave para atender essa crescente demanda. Com esse crescimento, aumenta-se o requisito por disponibilidade de acesso, retenção de dados, segurança, e espaço para dados.
Em países como os EUA, existe mais de um padrão de normativa de retenção de dados e que determinam os requisitos de gerenciamento, segurança e retenção dos registros e dados médicos. Esta regulamentação está sendo gradualmente assimilada por países em desenvolvimento, que cada vez mais estão aderindo a padrões internacionais. O Brasil está entre aqueles que devem seguir essa tendência.
Todas estas tendências agravarão o problema de gerenciamento, custo e continuidade da infraestrutura para dados e registros médicos. A solução para o problema de ineficiência e custo de gerenciamento no armazenamento do crescente volume de dados se encontra em empregar soluções de armazenamento orientadas ao serviço médico/hospitalar, de acordo com as necessidades do cliente, e permitam unificar os diversos silos de dados e informações, resultando em serviços altamente especializados, porém, simplificados.
A virtualização de armazenamento agiliza essa implementação, pois reduz drasticamente a necessidade de espaço físico, a manutenção do ambiente, e, principalmente, o gerenciamento dessa infraestrutura. Ainda, a virtualização do armazenamento permite que as instituições aumentem a longevidade dos ativos de infraestrutura.
Entre os benefícios deste tipo de tecnologia está o retorno mais rápido sobre o investimento. Além disso, o gerenciamento virtualizado e automático de dados permite que essas informações, em fase de acesso mais crítico, sejam armazenadas na parte mais rápida do sistema de armazenamento, e posteriormente, esses dados sejam para a parte mais lenta e de menor custo. Tudo feito de forma automática pelo sistema, visando agilizar a operação e sem dependência em relação à aplicação que trata e utiliza os dados.
A adoção de tais tecnologias também leva em conta a sustentabilidade, pois os equipamentos e soluções mais inteligentes consomem menos espaço físico, infraestrutura elétrica e de condicionamento de ambientes, proporcionando economia de energia e menor impacto ambiental.
Ressalta-se que esta é uma área de grande potencial, mas também de grandes desafios. Porém, podemos prever sucesso para o setor, assim como ocorreu na área financeira, que já utiliza o armazenamento virtualizado de dados com certa tradição. Basta que as empresas e instituições da área de saúde estejam atentas à adoção dessas novas tecnologias, e de forma eficaz, através de fornecedores confiáveis com soluções consolidadas no mercado.
Airton Pinto, country Manager da Hitachi Data Systems