Vamos aos fatos: em pleno 2016 os termos BIM e IoT já não são tão desconhecidos. O primeiro (BIM – Building Information Modeling) refere-se ao planejamento super detalhado de uma obra, que utiliza hardwares, softwares e pessoas treinadas para prever detalhes desde o cronograma até o volume de material para uma construção, seja ela uma residência ou um complexo de infraestrutura.
O segundo (IoT – Internet of Things) é o termo queridinho do momento: a Internet das Coisas. IoT nada mais é do que objetos totalmente conectados, falando entre eles e automatizando a vida cotidiana.
Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Muita gente tem me perguntado isso, afinal no que se refere à minha praia (Infraestrutura) estamos vendo um salto na forma como as cidades são projetadas e construídas, por conta da tecnologia. Se antes tínhamos plantas 2D difíceis de serem lidas e interpretadas até mesmo por profissionais experientes, hoje já é possível deixar um projeto acessível à população de forma que todo mundo possa entender as mudanças em determinada região e seus impactos no entorno. Isso é possível por conta da metodologia BIM.
E onde entra a Internet das Coisas? Se hoje passamos por um momento em que várias cidades começam a ter projetos digitais com informações detalhadas, imagine se cada ponto por onde você passa no seu dia a dia possa emitir informações para a melhoria de vários aspectos da cidade?
Explico: imagine que você está dirigindo em uma via movimentada de uma grande capital e, a cada semáforo que passa, seu veículo emite um sinal. Essa informação é coletada pelo aparelho instalado no semáforo e enviada a uma central de dados que, ao interpretá-la, pode usar os dados para a melhoria daquela via ou do seu veículo.
Com os dados emitidos pelo seu carro, o departamento de gestão de tráfego da cidade pode identificar, por exemplo, que o tempo de deslocamento entre o Semáforo A e o Semáforo B foi maior do que o normal e, a partir daí, utilizar as câmeras de monitoramento para identificar o problema e agilizar o restabelecimento do trânsito no local.
Com essas informações, o fabricante do seu veículo pode, também, descobrir que o seu carro pode estar emitindo mais poluentes do que o recomendado e entrar em contato com você para que uma revisão seja feita.
A quantidade de dados que podem ser coletados de automóveis, semáforos, ruas, bueiros e até das pessoas que transitam pelas calçadas é infinita. Ao organizá-los, cria-se um um ambiente com as características locais reais que, uma vez, integrados ao BIM, fornece mais previsibilidade para os projetos.
Isso porque o software interpretará esses dados e será possível projetar e simular o trânsito futuro, a drenagem, o comportamento dos pedestres, gerando visualizações incríveis, tudo antes de colocar uma única máquina no local.
Sei que são exemplos que ainda não representam o real poder de ambas as tecnologias, mas imagine que estamos no caminho para que isso seja real. O BIM e a Internet das Coisas se complementam. Os dados precisos vindos da IoT irão subsidiar o BIM e automatizá-lo cada vez mais. Hoje, uma cidade inteligente precisa do BIM para gerar projetos inteligentes.
E o que falta para isso virar uma realidade?
Duas coisas: primeiro que os gestores públicos lancem mão de ferramentas digitais que permitam o acesso a um plano detalhado de suas cidades. Segundo: essa tecnologia já está disponível, entretanto, para popularizá-la, aumentar o seu uso e, assim, sua eficácia, é preciso melhorar a tecnologia de conexão (4G, WIFI, LIFI, etc.) para transmissão de dados, o que é essencial para fazer a Internet das Coisas acontecer.
Pedro Soethe, especialista técnico na área de Infraestrutura para softwares da Autodesk no Brasil.
Muito bom, já havia pensando nisso, mas não da maneira como colocou, o bim é como se fosse a materialização da internet das coisa num simulado, muito interessante de se imaginar, só de pensar já fico instigado a aprender mais sobre, já existe um projeto de cidade sustentável, algo em busca da perfeição, MASDAR diria até que seria uma Lean City, acho que seria um exemplo do que veremos num futuro não muito distante, você conhece algum exemplo mais real disso? o que faltaria para um piloto de uma cidade conectada como exemplificou, seria tecnologia?