O mercado brasileiro de PCs deve registrar uma ligeira retração neste ano na comparação com 2008. Com isso, o país não assumirá, como o previsto anteriormente, o posto de terceiro maior mercado de PCs do mundo, desbancando o Japão.
Segundo o diretor de marketing da Intel Brasil, Elber Mazaro, para se tornar o terceiro maior país em vendas de PCs, o país teria de crescer entre 20% e 25% neste ano, o que não deve ocorrer nem nas projeções mais otimistas. "Já o Japão, para se manter na terceira colocação, precisa apenas manter as vendas estáveis ou até mesmo apresentar um pequeno decréscimo", completou o executivo.
De acordo com Mazaro, a Intel terá um ano mais fraco do em vendas de processadores de PCs no Brasil na comparação com 2008. "Teremos um volume menor, se ficar no zero a zero, já será lucro", analisou. Entretanto, salientou que isso não significa que a companhia terá resultado financeiro menor no país, podendo, inclusive, acorrer o contrário.
"Apesar da queda nas vendas de processadores para PCs, atuamos também em outros segmentos. Além disso, tivemos a chegada de novo modelos, como os netbooks, que aumentaram as vendas dos nossos chips Atom", observou Mazaro.
Segundo o executivo, no primeiro semestre a Intel sentiu os impactos da crise no Brasil e registrou uma redução na vendas. Mas frisou, porém, que o desempenho da companhia no país foi considerado bom quando comparado com outras regiões do mundo. "A demanda continuou existindo, mas em menor escala. Diferentemente do que ocorreu em outros lugares", disse Mazaro, ressaltando que daqui para a frente a companhia espera uma retomada do crescimento nas vendas.
O executivo avalia que o Brasil tende a ser um dos primeiros a retomar as vendas de PCs, puxada pela recuperação da economia, o que deve acontecer mais rapidamente do que em outros países. Mazaro afirmou que a recuperação das vendas está atrelada à melhoria da economia e ao retorno da confiança do consumidor.
Na opinião dele, o Brasil assumirá o posto de terceiro maior mercado mundial de PCs naturalmente. "Isso deve ocorrer em 2010 ou em 2011. O Brasil só não atingiu essa posição neste ano por causa da crise mundial. É só uma questão de tempo", conclui.
Fortalecimento da marca
O executivo anunciou também a nova estratégia da empresa para para expandir e fixar a marca entre novos consumidores quando a crise passar. Na verdade, a Intel já começa a preparar terreno para entrar com força em novos segmentos de mercado, como de netbooks e de mobilidade, com celulares. Para isso, a gigante do chip fará um reposicionamento da marca, investindo em uma nova campanha de massa.
O plano para ampliar e reforçar a sua visibilidade no mercado é não mais atreladar o nome Intel exclusivamente a alguma linha de produto, mas evidenciá-lo como uma marca de qualidade nos segmentos em que atua.
Intitulado "Apaixonados pelo Futuro" o novo posicionamento corporativo visa mostrar como é a empresa, o que ela desenvolve e quais foram os padrões que auxiliou a criar no mercado de tecnologia. Com isso, a empresa amplia seu público-alvo e passa a buscar também a atenção do que denomina como "essencialistas", aqueles que utilizam a tecnologia apenas para o necessário. "Eles representam cerca de 30% dos consumidores e são a maior parcela", observou Mazaro.
- Retração da demanda