A Ideiasnet, companhia de participação de risco em empresas de tecnologia da informação, anunciou nesta terça-feira, 4, que planeja criar dois fundos de investimentos até o fim do ano que vem. Juntos, eles totalizarão até R$ 300 milhões para serem aplicados em empresas de TI, com foco nas áreas de software como serviço (SaaS), mobilidade e comércio eletrônico.
Conforme explica o CEO da Ideiasnet, Sami Haddad, o primeiro fundo a ser lançado será de venture capital, com capital entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, cuja previsão de início das atividades é o primeiro semestre de 2013. Com ele, a empresa pretende adquirir até 30% de empresas com receita entre R$ 10 milhões e R$ 150 milhões. Já o segundo fundo, que deve começar a operar entre os meses de agosto e dezembro de 2013, será o primeiro de capital semente (seed capital) da Ideiasnet, que prevê a compra da mesma porcentagem de companhias com receita de até R$ 10 milhões. Cada um dos fundos estima realizar de 10 a 15 aportes financeiros em empresas.
“Iremos dar liquidez ao portfólio, em vez de apostar em diversos investimentos individuais. Vemos interesse de investidores por nosso FIP [fundo de investimento em participações], sob o qual estão sete das dez companhias de nosso portfólio. A ideia é que o capital do FIP, que hoje é formado em sua totalidade por recursos da companhia, seja dividido em algo próximo de 50%, ou seja, entre a Ideiasnet e investidores”, explica Haddad.
O executivo ressalta que, nos últimos três anos, o retorno real do acionistas da Ideiasnet foi de 3,4%, mas se for considerado o valor implícito das empresas do grupo, baseado em valores de mercado, esse índice pode chegar a 48%.
Com 13 transações de desinvestimento e retorno de R$ 40 milhões desde sua fundação, em 1999, a Ideiasnet se desfez de duas companhias neste ano – a Spring Wireless, empresa de soluções de mobilidade empresariais, e a distribuidora de software Softcorp –, mas ainda não realizou nenhum novo aporte. Segundo Haddad, isso acontece porque as equipes estão trabalhando em operações de maior porte em relação ao histórico da companhia, o que pode atrasar um pouco a aprovação pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
“Isso não significa que estamos desacelerando. O Brasil possui grande potencial de investimentos e continuamos em busca de novas empresas para aplicar dentro de nossas áreas de foco”, ressalta Haddad. Além dos segmentos estratégicos atuais, a tecnologia aplicada em saúde e educação chama a atenção da companhia no mercado nacional. O CEO estima que a receita nos seis últimos meses de 2012 mantenha a taxa de crescimento registrada no primeiro semestre em relação a igual período do ano passado, de 33,2%, somando R$ 776,452 milhões.