Embora a área de exatas seja, ainda, majoritariamente a preferência de atuação pelo gênero masculino, as startups e todo o DNA disruptivo que carregam, demonstram que existem oportunidades no mercado também para as mulheres. Não diferente dos homens, elas também querem desafios, reconhecimento do seu papel no mundo do trabalho e buscam qualificação. Ambientes despojados e inovadores também têm atraído o público feminino em busca de novas experiências.
Ainda que as mulheres sejam minoria em cargos de liderança, algumas empresas, já despertaram o interesse de ter essas profissionais como braço direito e esquerdo, bem como conselheiras para a tomada de decisão. Essa ideia parece ser longínqua, mas já tem orientado a gestão de algumas startups de tecnologia, desenvolvedoras de softwares, como é o caso da Linte e da Qulture.Rocks, ambas residentes no Cubo Itaú e da International School, empresa de soluções para o aprendizado da língua dentro das escolas, que pertence ao Grupo Arco, que usa as novas tecnologias como games, robóticas e realidade virtual.
Todas, sem exceção, estão priorizando a contratação de mulheres e também para liderar o time de vendas, comercial, marketing e atendimento ao cliente. Entre os fatores que contribuíram para a mudança do paradigma e maior participação de mulheres nos negócios, está a velocidade com que as startups fecham negócios, a valorização do trabalho feminino e a implantação dos programas de diversidade, que ganharam maior visibilidade e adesão nos últimos anos.
Pesquisa realizada pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR) em parceria com o Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), revelou a taxa de crescimento de mulheres empregadas em Serviços de TI de (48%), entre 2007 a 2017. O Estado de São Paulo é o quarto do ranking dos Estados brasileiros que melhor remuneram as mulheres do setor, com 91%. Em primeiro lugar vem o Estado do Paraná, seguido pelo Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Startups também inovam empregando
A Linte, software inteligente para gestão e automação de contratos, fundada por Gabriel Senra, conta atualmente com 30 colaboradores. Desses, 12 são mulheres e duas estão em cargo de liderança. Estão com vagas abertas, priorizando mulheres em todas elas, e a meta é contratar mais 10 mulheres até o fim do ano.
Já a Qulture. Rocks, software de gestão de desempenho, fundada por Francisco Homem de Melo, tem ao seu lado como vice-presidente, Renata Monteiro que, anteriormente, estava na função de VP Customer Success, responsável pelo gerenciamento do sucesso do cliente. Antes de chegar na startup, trabalhou na AmBev, contribuindo para a remodelagem da estrutura organizacional/cultural, atendimento ao mercado e na implementação da trilha de carreira da companhia. Atualmente, a Qulture soma 54 funcionários, sendo 20 mulheres. Dessas, sete assumem cargos de liderança, o mesmo número envolvendo o sexo oposto. Até o próximo mês, a meta é contratar mais sete mulheres.
Já a International School (foto), empresa do Grupo Arco Educação, conta com mais de 200 funcionários e, atualmente, 13 são mulheres que atuam em cargos de liderança na comercial, editorial, produto, logística e marketing. Em 2016, eram 46 mulheres na empresa, em 2017, saltou para 62, e no ano passado, 117. Cerca de 26.7% delas se desenvolveram dentro da empresa.