Nesta quarta-feira,4, teve início o Construsummit, evento que tem como objetivo ser uma jornada de aprendizado e networking com os principais nomes da Indústria da Construção e parceiros relevantes para o desenvolvimento do setor, como entidades de classe, grandes empresas e bancos.
Em sua palestra de abertura Ionan Fernandes, diretor executivo da Softplan para a Indústria da Construção, enfatizou que a indústria da construção está em um momento crucial de transformação, impulsionado por três fatores principais: digitalização, integração e a adoção de modelos industriais. Segundo ele, a digitalização e a integração são essenciais para melhorar a eficiência e a produtividade do setor, e que a fragmentação da cadeia produtiva na construção é um desafio, mas que a integração pode ajudar a superar essas barreiras.
Outro ponto relevante trazido por Ionan foi a discussão sobre os desafios que o setor enfrenta, como a reforma tributária, a sustentabilidade e a crise de mão de obra. Com relação à sustentabilidade, foi mencionado que, a partir de 2027, algumas obras serão obrigadas a emitir relatórios de emissão de carbono, o que, segundo ele, representa uma mudança significativa para a indústria.
Por fim, o executivo falou a respeito do uso da Inteligência Artificial na construção, afirmando que, embora a IA não substitua pessoas, ela tornará os profissionais que a utilizam muito mais competitivos, mencionando que o investimento global em IA é enorme, e que ainda estamos longe de explorar todo o seu potencial. De acordo com ele, a tecnologia já está sendo aplicada em diversas etapas do processo de construção, desde a saúde da obra até vendas e orçamentos paramétricos.
Dados não são o petróleo e sim o oxigênio
Em sua participação, Cristiano Gregorius, Diretor de Operações de Software do Sienge, falou a respeito da importância dos dados para o setor de construção civil. Ele mencionou que a empresa conta atualmente com 700 colaboradores dedicados a desenvolver tecnologias para o setor e destacou como os dados se tornaram essenciais para a gestão eficaz dos negócios, comparando os dados ao oxigênio, e enfatizando a importância dele para as empresas, sendo vital nos dias de hoje.
Cristiano explicou que neste momento grande parte das decisões na indústria da construção ainda é baseada em percepções pessoais e experiências passadas, o que limita a competitividade. Segundo ele, a utilização efetiva de dados permite tomar decisões mais informadas e melhorar a produtividade do setor. No entanto, apenas 30% das decisões na indústria são baseadas em dados, o que reflete a baixa adoção de tecnologias avançadas no setor.
Ele abordou a necessidade de integrar dados em todas as áreas da empresa, utilizando tecnologias como IA para coletar, analisar e cruzar informações. Essa integração, segundo Cristiano, é fundamental para que as empresas possam evoluir e se tornar mais competitivas. Ele ressaltou que essa jornada de transformação digital não é simples, pois enfrenta desafios culturais e resistências internas, mas é essencial para o sucesso futuro.
Cristiano também compartilhou exemplos práticos de como o uso de dados pode reduzir custos em obras, melhorar a eficiência operacional e auxiliar na criação de novos produtos adaptados às demandas do mercado. Por fim, ele afirma que a digitalização e a integração de dados são cruciais para o futuro da construção civil, permitindo uma gestão mais eficaz e decisões mais precisas, beneficiando toda a cadeia de valor do setor.
