Conselheiro da Anatel defende rede compartilhada para universalizar 3G

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Como uma das soluções para universalizar o acesso à telefonia celular no interior do país e permitir também a universalização do acesso à banda larga em tecnologias 3G, o conselheiro da Anatel, José Pereira Leite, sugere que a agência estude uma forma de flexibilizar a regulamentação para permitir, estimular, ou até mesmo determinar, que as operadoras do serviço móvel em terceira geração operem em pequenas localidades (justamente as que hoje não são atendidas pelo serviço móvel) por meio de uma infra estrutura única.

?As empresas poderiam operar como operadoras virtuais, mantendo suas marcas e seus clientes, mas compartilhando inclusive as radiofreqüências?. A proposta, que já vem sendo discutida com algumas operadoras, permitiria também que estas localidades pudessem ter acesso à Internet em banda larga muito antes do que se possa imaginar.

Leite observa que sua proposta, de caráter pessoal, ainda não foi apresentada ao Conselho Diretor da agência, e que não tem nenhuma relação com o leilão das faixas de 3,5 GHz e 10,5 GHz, ?que também devem chegar às pequenas localidades?. A proposta também dependeria de uma tecnologia de 3G comum. No caso, a W-CDMA, utilizada pelas redes GSM como evolução em suas redes, parece a mais promissora.

Investimentos em Telecom

O conselheiro Leite participou nesta terça, 3, de um debate realizado no Futurecom com outros nove representantes de empresas (Vivo, Nec, Accenture, Bull, Alcatel e Nokia) e ainda dois representantes de entidades do governo (MDIC e BNDES) para discutir a atração de investimentos para o setor de comunicações no Brasil. Reconhece-se que depois do cumprimento das metas de universalização, o nível de investimentos, especialmente estrangeiros, vem caindo.

Hoje, por exemplo, há pelo menos 16 projetos em outras áreas da economia e nenhum em telecomunicações, segundo Paulo Castelo Branco, da Nec. A busca das causas desta redução é sempre um tema polêmico.

Na opinião dos empresários, os investimentos só aumentam quando o ambiente regulatório é estável, o crescimento e o retorno é consistente e os impostos são baixos. As diversas intervenções procuraram mostrar que no momento, a Índia tem levado vantagem em relação ao Brasil, especialmente em função de uma menor burocracia para produção, por exemplo, de produtos para o mercado de telefonia móvel.

Há, porém um consenso que vai na linha de encontrar novos campos para atuação dos investidores, diferente do modelo tradicional de simples fabricantes de equipamentos. Busca-se hoje muito mais os integradores de soluções para os serviços e o atendimento direto ao cliente.

Para Paulo César Teixeira, da Vivo, os investimentos virão se as empresas, especialmente as móveis, conseguirem melhorar o rendimento de suas redes. De acordo com estatísticas oferecidas por ele, atualmente o ARPU médio no Brasil é de R$ 25,00 contra R$ 114,00 no Japão e R$98,00 na Espanha. Para isso, as empresas devem oferecer novos serviços que otimizem a rede que já tem, como Web móvel, TV móvel, entre outros.

Exemplo da TV digital

De acordo com Jario Klepacz, do Ministério do Desenvolvimento, o exemplo da coordenação entre os diversos ministérios envolvidos no processo de decisão sobre a TV digital e a participação do empresariado naquela decisão é um caso interessante, que deve servir de modelo para as futuras decisões em relação à política industrial e às políticas do setor de telecomunicações em geral.

Na sua opinião, com esta participação, ganha-se tempo na implementação das propostas e resolve-se muito mais facilmente as questões burocráticas.

Educação para a tecnologia

Segundo Petrônio Nogueira, representando a Accenture, o que impede o Brasil de crescer é a falta de especialização de mão de obra.

Para ele, nos últimos anos, houve uma sensível diminuição de atratividade de alunos em engenharia e em ciências da computação, chegando ao ponto da indústria ter mais de duas mil vagas em aberto para estes setores.

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