Fast Assessment e ROI

0

Segundo dados divulgados, em 2009, no Chaos Report, relatório bienal do Standish Group que analisa os resultados de mais de mil projetos de TI, apenas 32% dos projetos foram considerados bem-sucedidos, o que significa que a cada três projetos realizados apenas um cumpriu seus objetivos. Vale ressaltar que este índice vem se mantendo praticamente inalterado nos últimos 12 anos em que a pesquisa é realizada! Porém, a despeito do peso negativo da notícia, a demanda por projetos de TI tem crescido significativamente.
O que pode ser feito para uma melhora expressiva neste cenário?
Para apoiar o desenvolvimento de projetos, agregar qualidade e colaborar com a queda no número de iniciativas malsucedidas, várias metodologias e ferramentas de apoio foram criadas para instituir boas práticas na gestão do ciclo de vida das aplicações – termo mais conhecido como ALM (Application Lifecycle Management). Essas metodologias e ferramentas de ALM estruturam e padronizam as atividades, além de estabelecer novos patamares de qualidade e produtividade para a área de Sistemas de Informação (SI), o que contribui para o aumento da maturidade em todas as etapas do processo de desenvolvimento de software.
Cientes de tais benefícios, cada vez mais gestores de SI estão se interessando pela implantação dos conceitos e do ferramental de ALM em suas organizações e, para tal, precisam defender essa iniciativa internamente. Neste momento, é fundamental um estudo consistente, que justifique o investimento em relação aos benefícios e retorno de tal iniciativa.
Este estudo pode ser realizado através da combinação dos resultados obtidos pela análise da área de SI (ou Assessment) que, juntamente com uma definição de metas, oferece as bases para a elaboração de uma abordagem eficiente de implantação dos conceitos e ferramentas de ALM – um Programa de Melhorias. Cruzando os resultados deste Programa de Melhorias com o panorama atual de projetos, que envolve profissionais e investimentos de SI, é possível calcular o ganho de eficiência para cada etapa evolutiva do programa. Estes ganhos e benefícios resultam em redução de perdas, desperdícios e retrabalhos durante o processo, que, junto aos investimentos, traduzem o Estudo de Retorno da iniciativa (ROI – Return on Investment).
Com base neste estudo, o gestor de SI consegue defender – junto à organização – os benefícios da iniciativa da estruturação interna através de resultados diretos ao Negócio e em metas de redução de custos durante o processo. Para possibilitar um estudo consistente é imprescindível que todas as fases (Diagnóstico, Programa de Melhoria e Estudo de Viabilidade) estejam baseadas em um único ponto de referência como, por exemplo, no nível de maturidade dos processos.
Neste caso, o Assessment avalia as competências da organização e mede o nível de maturidade de seus processos de ALM, percorrendo todas as fases do processo de desenvolvimento, investigando a existência e frequência de adoção das melhores práticas de ALM. A investigação é sustentada por uma série de perguntas qualificativas, as quais balizam a avaliação de maturidade de diversas disciplinas de cada processo, resultando na média ponderada do nível efetivo de maturidade dos processos.
A partir destes, um Programa de Melhoria é elaborado contento propostas de implantação e automação dos processos ALM da organização e de capacitação dos seus profissionais. A elaboração desse programa deve considerar a cultura, visão e objetivos da organização e as necessidades de melhoria levantadas, e propor uma estratégia para sua implantação.
Por fim, o ROI – usado para justificar financeiramente o investimento da organização a cerca da implantação da iniciativa – é feito a partir do cruzamento dos resultados do Assessment, Programa de Melhoria, volume de projetos, tipos de projetos, profissionais próprios e terceiros envolvidos, e da análise do ganho de produtividade nos processos. A análise do ganho de produtividade se baseia na redução efetiva de esforço na execução de um projeto, resultante dos ganhos da implantação (estruturação e automação) das melhores práticas de ALM nos processos do ciclo de vida das aplicações.
Com isso, tem-se uma defesa financeira bem embasada num plano de melhoria gradual, que considera a situação e a cultura instaurada, bem como orienta uma implantação com aproveitamento de recursos já existentes – infraestrutura, ferramentas, metodologias e pessoas. Uma abordagem que adota uma melhoria contínua, com retornos concomitantes à implantação da iniciativa, visando um ganho gradual na eficiência e no índice de sucesso dos projetos de TI.

Valquíria A. Rosa Duarte,consultora de processos da Invit

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.