Google aposta em hardware integrado à inteligência artificial na nuvem

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O Google apresentou em evento nos Estados Unidos nesta terça-feira, 4, novos produtos com uma aposta de maior integração entre hardware e software com inteligência artificial na nuvem. Especialmente em celulares, é uma abordagem diferente do que a companhia apresentava até então, licenciando produtos para terceiros desenharem e fabricarem – agora, todo o projeto é feito internamente pelo Google. Assim, apresentaram novos smartphones, roteadores, central de entretenimento, realidade virtual (VR) e set-top para serviços over-the-top (OTT). Tudo com grande foco em integração. Pelo menos por enquanto, o Brasil não parece estar nos planos da gigante de tecnologia, já que nenhum dos produtos conta com previsão de preço ou mesmo de disponibilidade no País.

O destaque que permeou o evento foi a introdução do Google Assistant, uma mistura dos serviços Google Now com a Siri, da Apple. Segundo a empresa, o novo motor de inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) agora é adotado para entender melhor os comandos de voz, aumentando a eficácia de reconhecimento de 89,6% para 93,9%. Com isso, é possível fazer perguntas contextuais, pedir para executar tarefas (como tocar música em determinado app, reservar um restaurante ou mandar mensagens) e oferecer resultados baseados em preferências pessoais.

Celulares

Uma prévia desse assistente havia sido apresentada no aplicativo Allo (disponível para iOS e Android), mas agora a ideia é embutir nos hardwares. Para tanto, a empresa apresentou seus primeiros smartphones próprios, o Google Pixel. A apresentação foi realizada por Rick Osterloh, diretor da nova divisão de hardware na empresa e oriundo da Motorola – ele foi responsável pelo sucesso das linhas Moto G e Moto X na empresa ainda sob tutela do Google, saindo cerca de um ano após a aquisição pela Lenovo.

O Piexel vem em duas versões: com tela de 5 e de 5,5 polegadas, sendo a única diferença entre os dois modelos. O Google fez diversas referências comparativas ao iPhone, como justamente as diferentes configurações para cada tamanho de tela, além da presença da entrada de 3,5 mm para fone de ouvido e a ausência de uma protuberância traseira para abrigar a câmera. Esta, por sinal, foi apresentada como a mais veloz do mercado de celulares, além de ser capaz de tirar fotos em HDR Plus, que dá maior contraste e compensação em diferentes luzes, e contar com estabilizador de imagem em vídeo.

O dispositivo conta com bateria de carregamento rápido (o Google promete 7 horas de uso com 15 minutos de carga), Android Nougat 7.1, armazenamento de imagens e vídeos (inclusive em 4K) ilimitados na nuvem do Google Fotos, atendimento ao consumidor 24h com compartilhamento de tela, atualizações automáticas e função de migração de iOS para Android. Os dispositivos já estão sendo vendidos nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Alemanha e Reino Unido por um preço a partir de US$ 649 (em 32 GB), semelhante ao praticado pela Apple para o iPhone 7.

Realidade virtual

O Pixel é compatível com a nova plataforma de realidade virtual do Google, o Daydream VR, recentemente aberto a desenvolvedores. Para aproveitar ao máximo esse ecossistema, a empresa lançou outro hardware: o par de óculos próprio, batizado de Daydream View. O headset é construído em microfibra flexível para torna-lo mais leve e confortável, podendo ser usado até com óculos de grau. Virá ainda com um controle com sensores de movimento (como o joystick do Nintendo Wii) e custará US$ 79 a partir de novembro.

No quesito conteúdo, o Daydream apostará em aplicativos próprios, como do jornal The New York Times e o app Fantastic Beast, baseado nos livros e futuro filme que se passam no universo do personagem Harry Potter, da autora J. K. Rowling. A plataforma terá ainda acesso a filmes e vídeos do Hulu e YouTube – segundo o Google, a ideia é poder assistir ao conteúdo como em uma "tela de cinema particular". A empresa passará a oferecer também filmes no serviço Google Play Movies, além de possibilidade de acesso a fotos e do recurso Street View, do Mapas.

Na sala

Outros três dispositivos foram anunciados pela companhia: a nova versão do Chromecast, um roteador modular e uma central de entretenimento e conectividade. O primeiro é uma atualização do set-top OTT da companhia, que já vendeu mais de 30 milhões de dispositivos. A nova versão é chamada de Chromecast Ultra e permitirá rodar conteúdo em 4K, HDR e Dolby Vision do Netflix, YouTube e Google Play. Será lançado também em novembro por US$ 69.

O Google WiFi, um roteador que tenta automatizar a configuração da rede, podendo ainda ser dividido para oferecer extensão de cobertura em residências maiores (como um repetidor). O modelo mais simples, sem opção de extensão, sai por US$ 129 e será lançado em dezembro nos EUA.

A companhia dedicou grande parte do tempo ao Google Home, um dispositivo muito parecido com o Amazon Echo. Na prática, serve para comandar funções domésticas, como ligar luzes ou tocar conteúdo por meio de integração com o Chromecast. Ele utiliza os recursos da AI e reconhecimento de voz contextual do Google Assistant. Como tem falantes próprios, também permite tocar música de serviços como YouTube Music, Spotify e Pandora. O dispositivo sairá por US$ 129 a partir de 4 de novembro e trará como promoção 6 meses gratuitos do serviço YouTube Red.

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