Com operações no Brasil e Israel, BS2 avança na transformação digital

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Juntar duas culturas empresariais e compatibilizar diferentes ambientes de tecnologia sempre foi um desafio quando as organizações se associam, ou por fusão ou aquisição, ainda mais quando uma delas atua em um país distante como Israel.

Mas esse não foi o caso do Banco BS2, que adquiriu em junho do ano passado a Weel, uma fintech de dados e crédito 100% digital, especializada em soluções para pequenas e médias empresas. Em 2020, atingiu a marca de R$ 1 bilhão em operações de crédito, com mais de 15 mil clientes em sua base.

Shmuel Kalmus, CTO do BS2, um paulista que se mudou para Israel com 14 anos de idades, está liderando hoje o projeto de transformação digital do banco. Ele teve seu início de carreira em engenharia eletrônica, trabalhando em empresas da área bélica e aeroespacial.

Mas, convidado por seu sócio, trocou o setor de "rocket science" por finanças ao criar a Weel, uma plataforma orientada por dados para oferecer antecipação de recebíveis de forma automatizada, com processos muito fáceis e ágeis em termos da operação para o cliente, que contava com "máquina" de risco por trás para fazer a análise.

Kalmus explica que a plataforma captura todas as notas fiscais eletrônicas emitidas no país, formando um grande banco de dados, que através de um sistema automatizado permite ao cliente conseguir em alguns segundos quanto dinheiro deseja só apertando um botão para recebê-lo já transferido para sua conta, porque já está tudo pré-aprovado pela plataforma de risco.

"Juntar um banco com 30 anos de história, originário do Banco Bonsucesso, com muitos profissionais que entendem muito de banco e do mercado brasileiro, com uma startup com suas características de agilidade, está sendo interessante e muito produtivo para todo mundo, para os dois lados. E também a gente está trabalhando bastante para conseguir tirar o suco dos dois lados, fazer um suco mais gostoso com essa mistura", brinca  o executivo.

Explicou que o banco já vem há um tempo é fazendo uma transformação digital, não começou somente agora, nem mesmo em termos de estrutura tecnológica nem de transformação de produtos, que estão já estão preparados para rodar na nuvem. "Mas por mais que um banco seja ágil, ele tem uma série de regulamentações para cumprir. Mas a gente está muito bem estruturado, a estratégia e o caminho já estavam definidos, estamos crescendo e nos desenvolvendo nesse sentido".

As equipes do BS2 do Brasil ficaram responsáveis pela estrutura bancária, pela área operacional  Internet Banking, PIX, outras ferramentas e a equipe de Israel trabalha no desenvolvimento do produto de data insights que faz a análise de crédito. O desafio é trabalhar na mesma plataforma, para se ter uma visão do trabalho do que está sendo feito, tendo em vista conseguir realmente ter uma unificação de visibilidade dos dados para facilitar a vida do cliente.

O BS 2 tem um portfólio que inclui Cash Management (Pix, Boleto, APIs e Conta Corrente); soluções de crédito; Soluções de Câmbio (remessas internacionais, câmbio comercial + soluções) e seguros.

O BS2 trabalha predominantemente com Pessoas Jurídicas, motivo pelo qual a visibilidade unificada de um cliente permite oferecer produtos cross combinando dados, para resolver qualquer necessidade dos mesmos, usando IA e tecnologias preditivas, mostrando que o banco está junto para atendê-los em seus problemas.

"Queremos oferecer uma experiência unificada na qual o cliente terá acesso às diferentes tecnologias e a produtos que realmente resolvam o seu dia a dia – contribuindo, assim, para que seu negócio seja o foco. Pequenas e médias empresas terão no BS2 um one-stop shop para todas as suas necessidades de banking e crédito", explica o executivo.

A equipe de tecnologia no Brasil tem por volta 350 profissionais, dos quais 300 em desenvolvimento, e a equipe de Israel um pouco mais de 30 pessoas, que trabalham de forma colaborativa usando o Teams, o Office 365, com adoção do trabalho hibrido nos dois países.

Kalmus explica que essa dinâmica de trabalho será mantida, até para manter as equipes de colaboradores. Ele cita até uma peculiaridade que em Israel existe um grupo de mulheres desenvolvedoras de religião mais ortodoxas, o que garante mais engajamento e fidelidade, evitando-se assim ao alto turnover que acontece no setor de tecnologia.

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