O Brasil vive um momento único no setor de TI, o que abre à indústria do país a possibilidade de se tornar um das mais relevantes do mundo. A opinião é do presidente do Gartner para o Brasil, Cassio Dreyfuss, que participou de painel nesta sexta-fiera, 4, no Brasscom Global IT Forum, evento organizado pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação do Brasil (Brasscom) em parceria com a revista britânica The Economist, em São Paulo. Na avaliação do analista isso deve acontecer nos próximos dois ou três anos.
Ele cita o bom momento econômico do país em um período de crise financeira global e o crescimento da demanda interna e a maior importância dada por grandes empresas multinacionais como os principais fatores que possibilitam esse cenário propício ao setor de TI. "É agora ou nunca", sentencia Dreyfuss. Para tanto, ele diz que o governo precisa dar maior atenção ao setor de tecnologia brasileiro e criar condições que permitam sua evolução, principalmente no que tange a capacitação e carga tributária. Segundo o analista, o governo deve ter uma participação mais ativa no desenvolvimento do setor. Entre essas ações, ele cita o maior investimento na capacitação de profissionais, já que as empresas, segundo ele, estão chegando no limite dos investimentos em capacitação.
"É uma oportunidade para a indústria brasileira de TI desenvolver ainda mais seu mercado interno e se conectar à economia global”, acrescentou Michael Corbett, presidente da IAOP, organização de normalização e defesa da profissão de outsourcing.
David Tapper, vice-presidente de pesquisa da IDC, também salientou que o momento é propício para o Brasil, mas alertou que as empresas nacionais não podem simplesmente replicar modelos já existentes, mas criar modelos à sua própria maneira. "O Brasil não é igual à Índia", ressaltou, ao dizer também que as empresas não devem concorrer em mercados dominados, mas apostar na inovação, analisando cenários futuros e buscando oportunidades em novas tecnologias. “O Brasil está posicionado para crescer e deve investir para criar novos modelos. Iniciar como pequeno, pensar novo e depois aplicar globalmente”, ponderou.
Já o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o setor de TI é prioritário dentro do governo Dilma e citou que a desoneração da folha de pagamento, prevista no Plano Brasil Maior, teve como um dos principais motivadores o desenvolvimento da indústria brasileira de TI.