Nos últimos anos, o fenômeno da inteligência artificial cresceu rapidamente, e embora seja considerada revolucionária, o proclamado uso em massa dessa tecnologia – ainda pouco conhecida – tem causado receio e até má impressão em algumas parcelas da sociedade.
Segundo a IBM, em 2022 41% da empresas implementaram a inteligência artificial (IA) ativamente nas atividades corporativas ou serviços. Diante desse cenário, é compreensível que cerca de 63% das pessoas demonstrem preocupação com o uso da IA, principalmente relacionada à perda de emprego, privacidade e controle das decisões humanas, de acordo com o Instituto de Pesquisa em Tecnologia Futura.
Assim, discute-se no Senado o marco legal da IA, para estabelecer diretrizes ao uso da inteligência artificial no Brasil, incluindo a regulamentação e supervisão de empresas que empregam essa tecnologia. O marco será um avanço importante para acalmar a população leiga, porém empresas e empreendedores – ao lado do governo – exercem um papel crucial na reputação da IA.
Entre os maiores desafios da ascensão da inteligência estão a vulnerabilidade dos dados e a incerteza diante fraudes. Uma vez que empresas estimulam pesquisas e implementam aceleradamente novas técnicas, gerando benefícios a todos, elas também devem demonstrar à população os benefícios, assegurando de que estão fazendo uma boa gestão.
Entre as formas de estimular o uso responsável – e uma boa visibilidade – está o compliance, estabelecendo normas e processos éticos, transparentes e claros para que leigos possam compreender seu comprometimento com a segurança. Implementar programas de educação internos e incentivo à pesquisa em universidades também é uma saída.
Na educação, por exemplo, a inteligência artificial pode personalizar o processo de aprendizagem, adaptando-se às necessidades individuais. Enquanto na saúde, pode ser uma grande aliada nos processos de diagnósticos médicos, oferecendo soluções precisas em tempo hábil.
É fato que, promover a IA de modo – uso ético da tecnologia que prioriza os valores desejados pela sociedade, que adicionam justiça, confiabilidade, privacidade, segurança, inclusão, transparência e responsabilidade – é a melhor alternativa para amenizar os usos desenfreados e desmistificar a imagem negativa da ferramenta, prezando por um futuro onde a IA seja uma aliada de confiança das pessoas e dos negócios.
Além disso, as empresas também podem contribuir com campanhas socioeducativas de conscientização. Esses esforços auxiliam no bom progresso e implementação da inteligência artificial no dia a dia das corporações e público geral.
Bruno Kawakami, CTO da D4Sign.