A indústria eletroeletrônica deve fechar o ano com faturamento de R$ 123,7 bilhões, cifra 11% superior à registrada em 2007, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee). Para 2009, a entidade estima que o setor cresça apenas 7% e fature R$ 132,8 milhões, ante uma projeção anterior de crescimento entre 12% a 15%. A Abinee também prevê uma queda de 14% nos investimentos, os quais devem somar R$ 5,3 bilhões.
Um dos mercados que mais deve sentir o impacto da crise financeira em 2009 é do de PCs, o qual deve fechar este ano com faturamento de R$ 34,89 bilhões, alta de 11%, e com vendas de 12 milhões de unidades, crescimento de 20%. A expansão foi puxada principalmente pelas vendas de notebooks, que aumentaram 138%, somando 4,55 milhões de unidades, respondendo por 38% do faturamento total. Esse desempenho ocorreu em detrimento das vendas de desktops, que tiveram queda de 8%, com um volume de 7,45 milhões.
De acordo com a Abinee, a expectativa inicial para 2009 era de um crescimento de 30% em volume e de 20% em faturamento, porém com a desvalorização do real frente ao dólar, a entidade reduziu essa projeção, que agora é de aumento de 20% em número de unidades vendidas e de 14% em receita.
"O câmbio nos fez rever não somente as vendas para este ano, que caiu de 13 milhões para 12 milhões, mas também gerará impacto negativo para o mercado futuro. O financiamento se manteve, mas os preços dos PCs aumentaram e isso deve alterar a demanda", comentou Hugo Valério, diretor da área de informática da Abinee.
Em relação aos investimentos, o executivo avalia que estes devem continuar aquecidos, já que as empresas continuam tendo a necessidade de substituir seus equipamentos de informática para melhorar os sistemas de gestão.
Impacto menor
Já para o setor de telecomunicações, a Abinee avalia que este deve sentir menos o impacto da crise internacional. Neste ano, o faturamento da indústria do setor deve alcançar aproximadamente R$ 21,1 bilhões, cifra 21% superior a 2007. Em 2009, a previsão da entidade é que tanto a demanda quanto os investimentos devem ser um pouco superiores ou, ao menos, se manterem no mesmo patamar deste ano. "Temos a expansão das redes de 3G, a portabilidade numérica e as possíveis novas tecnologias como o WiMAX, as quais demandarão investimentos em infra-estrutura para suportar o novo cenário de tráfego de dados, já que antes era apenas voz", frisou Paulo Castelo Branco, diretor da área de telecomunicações da Abinee.
- Projeção revista