Conhecida por sua atuação no segmento de TV móvel, cuja plataforma é usada hoje pela Oi e pela TIM, a carioca M1nd prepara sua entrada no mercado de mobile banking. Enquanto as soluções disponíveis até o momento oferecem acesso a serviços bancários via aplicativos Java, portais WAP ou SMS, o produto da M1nd é diferente e propõe um novo modelo de negócios. A ideia é criar celulares totalmente customizados para serviços bancários e que serão distribuídos aos correntistas de graça pelos bancos. O foco inicial sãs as classes C e D, com o objetivo de desafogar as agências bancárias. A princípio serão usados celulares low end.
Do ponto de vista tecnológico, a solução está pronta e vem sendo demonstrada a diversos bancos. No menu principal do telefone, em vez dos ícones tradicionais de um celular comum, o usuário encontra atalhos para diversos serviços bancários, como consulta a saldo, transferências, pagamentos, investimentos, acesso a microcrédito etc. Até mesmo serviços de localização são oferecidos, como a indicação de endereços e rotas para os caixas eletrônicos mais próximos, o que pode ser feito através da tecnologia de cell ID ou de triangulação de ERBs. A solução conta também com um aplicativo para exibição de códigos de barras, o que permite a oferta de promoções. O acesso ao 0800 do banco ou mesmo ao telefone direto do gerente podem vir gravados na agenda. Dependendo do modelo de aparelho, será possível o uso de serviços via Near Field Communications (NFC), o que permitirá transformar o celular em um cartão de débito, bastando a sua aproximação a um leitor no caixa para a realização de compras. "É uma agência bancária dentro do celular. O futuro é o dinheiro virtual", comenta o presidente da M1nd, Alberto Magno. Toda a interface do aparelho é customizada com a cara do banco. E cada celular e seu respectivo SIMcard são feitos sob medida para funcionar com a conta do correntista que os receber.
Uma das vantagens da solução criada pela M1nd é que os serviços bancários são acessados em poucos cliques. O aparelho também serve como um celular comum, mas suas funções básicas de telefone estão concentradas em apenas dois ícones no menu principal.
Quanto à segurança, o banco tem total liberdade para determinar os graus de verificação para autorizar cada tipo de operação. "Podemos checar o IMEI do terminal, o chip e muito mais a cada transação. Isso sem contar a exigência de senhas. Tudo isso fica a critério do banco", explica o executivo.
Próximos passos
No roadmap da companhia consta o desenvolvimento de uma aplicação de videoconferência para o cliente conversar com seu gerente, o que será possível quando a solução for levada para celulares mais avançados. Outra aplicação que está sendo criada é a de uma rede social, para interligar os clientes. "Em vez de conversarem na fila do banco, eles vão poder fazer isso teclando no celular", conta Magno.
Modelo de negócios
O projeto da M1nd chama a atenção ao propor uma mudança no modelo de negócios. O banco passa a ter uma postura mais ativa em mobile banking, fomentando efetivamente o acesso móvel através da distribuição gratuita de terminais aos correntistas. A M1nd atuará como integradora e receberá uma taxa fixa única por cada celular distribuído. A ideia é que os bancos ofereçam a cada cliente um pacote básico de tráfego de dados de aproximadamente 2 Mb por mês para uso em mobile banking e talvez alguns minutos de voz por mês. Se o cliente quiser mais minutos para ligações teria que comprar recargas, o que poderá ser feito através do próprio menu do aparelho. Para os bancos, a vantagem desse modelo é reduzir os custos com manutenção e abertura de novas agências.
Pelo menos dois bancos já estão interessados em adotar a solução. O primeiro deve lançá-la até julho deste ano, em parceria com uma operadora, um fabricante de aparelhos e um fabricante de SIMcards. Um segundo banco também deve adotar a solução ainda em 2010.
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