Na véspera da abertura da CES 2016, o diretor sênior de pesquisa de mercado da CTA (Consumer Technology Association, novo nome da antiga Consumer Electronics Association), Steve Konig, conta que o mercado global de eletrônicos de consumo deve ter uma retração de até 2% em 2016, com vendas de US$ 950 milhões. Este mercado já havia caído 8% em 2015, totalizando vendas de US$ 969 bilhões.
Os motivos principais apontados por ele são a valorização do dólar em todo o mundo (que derruba a receita em dólar das fabricantes e encarece os produtos fora dos EUA) e a desaceleração das economias nos países emergentes, em especial a China, que hoje respondem por metade do consumo mundial. Há também uma saturação dos produtos já tradicionais, como celulares, enquanto novas ondas tecnológicas ainda não "pegaram", e ainda um barateamento dos produtos mais importantes para este mercado, como os smartphones.
Um levantamento permanente feito em parceria da CTA com a GfK monitora 340 mil pontos de venda em todo o mundo.
O mercado é dependente do que ele chama de "Magnificent seven": tablets,smartphones, laptops, câmeras digitais, desktops, TVs e celulares. Dentro destes, os produtos de telecom dominam, e os smartphones são o driver por trás disso. Respondem sozinhos por 40% dos gastos em tecnologia de consumo no mundo.
Os mercados emergentes, conta, ainda são a chave do crescimento. Em 2016 representarão 71% das vendas globais.
As vendas de tablets cairam 14% em 2015, e deve cair outros 8% em 2016. Os preços caíram, e a indústria entende que é um produto saturado (a penetração nos EUA é de 56% dos lares) e que será cada vez mais espremido entre os smartphones de tela grande e os laptops com telas touch.
Já os wereables estão explodindo, embora ainda não em um volume que faça o mercado como um todo se recuperar.
Koenig fez uma análise das vendas em cada região do mundo. Na América Latina o cenário foi prejudicado pela queda geral do PIB regional, especialmente por causa do Brasil, e da dependência da China. Ele citou ainda a situação política de Brasil e Argentina como fatores de instabilidade. Os gastos em tecnologia devem cair 4% em 2016, depois de retrair 15% em 2015, em unidades vendidas. "O que esperamos agora é que a inovação faça o mercado retomar", concluiu Koenig.