O Brasil continua com seus avanços de digitalização em diversas áreas, com destaque para a ampliação dos serviços de Governo Digital. Inclusive, nosso país fechou o ano passado em posição de destaque no ranking divulgado pelo Banco Mundial: dentre 198 nações, ficamos em segundo lugar em maturidade na oferta dos serviços públicos digitais. O primeiro colocado foi a Coréia do Sul.
Se estamos ocupando uma posição privilegiada na lista, foi graças aos esforços das diversas instituições brasileiras. No penúltimo ranking divulgado pelo Banco Mundial, estávamos na sétima posição. Com essa rápida evolução, hoje podemos nos orgulhar de estar à frente de países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Estônia – esta última reconhecida mundialmente pelas iniciativas inovadoras em governo digital.
Esse avanço todo ocorreu antes mesmo da pandemia, com destaque para áreas como a Justiça, com a implantação e maturidade dos processos digitais, o crescimento de soluções baseadas em nuvem e as cada vez mais frequentes iniciativas em automação e Inteligência Artificial aplicada. Na parte de serviços públicos, cada vez mais prefeituras implementam portais de atendimento aos cidadãos, com a oferta de serviços que vão desde a manutenção em vias públicas até a solicitação e abertura de processos para os idosos que buscam a regulamentação para estacionar em local especial. Os resultados, nesses dois âmbitos, são o aumentando de eficiência na prestação de serviços, celeridade no atendimento, economia de recursos públicos e transparência na administração.
Apesar da evolução dos serviços digitais massivos, ainda existem regiões em nosso país que carecem de desenvolvimento, como a região Norte, que atualmente é a mais deficitária no quesito de transformação digital. Já os estados de Goiás e Rio Grande do Sul têm a maior oferta desses serviços, de acordo com o Índice da Associação Brasileira de Entidades Estaduais (ABEP TIC).
A conclusão é que, mesmo com os grandes avanços, ainda devemos continuar investindo recursos e esforços para a digitalização dos serviços com o objetivo de facilitar cada vez mais a vida dos brasileiros. É de interesse das instituições públicas que os cidadãos tenham uma jornada de vida facilitada pelas soluções digitais, com integração em instituições de todas as esferas da administração, como Judiciário, Legislativo e governos federal, estaduais e municipais.
Neste contexto, observo que mercado de tecnologia da informação também está em constante crescimento no Brasil. Os investimentos em tecnologia a nível mundial devem alcançar R$ 2,9 trilhões até o final do ano, de acordo com o estudo da Gartner Trends. E nosso país acompanha esta tendência: de 2000 até 2020, foi investido o equivalente a 2,1% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Mas com a pandemia, tivemos um avanço para 3,6% em 2021. Este é um sinal inequívoco de que o setor ainda tem espaço para crescer e continuar ajudando as instituições públicas com a oferta de soluções inovadoras.
Rodrigo Santos, diretor Executivo da Unidade de Setor Público da Softplan.