Com mais da metade das obras já concluídas, a futura planta de celulose com uma única linha de produção da VCP-Votorantim Celulose e Papel, empresa do grupo Votorantim, tem inauguração marcada para o próximo ano. Assim que entrar em produção – serão 1,3 milhão de toneladas anuais de celulose de eucalipto – o Projeto Horizonte, como foi batizado, vai fazer da empresa um dos maiores players do país. Mais de 90% de sua produção de 1,3 milhão de toneladas anuais de celulose de eucalipto será exportada para 55 países e o restante vai abastecer as prateleiras nacionais.
Para construir e operacionalizar a fábrica, situada em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, a VCP selecionou vários parceiros no mercado através de concorrências. Coube à Nexa Tecnologia & Outsourcing a complexa tarefa de fornecer toda a infra-estrutura de comunicação, o que incluiu a implantação de uma rede WiMesh – rede em malha sem fio, que se autoconfigura e se interconecta.
Para tornar realidade o Projeto Horizonte, a Votorantim Celulose e Papel reuniu, em 2006, uma força-tarefa à altura de um empreendimento de US$ 1,5 bilhão. Sediado em São Paulo, e composta por representantes de todas as áreas envolvidas – logística, financeiro, RH, comunicações, entre outras –, esse equipe investiu meses no detalhamento do planejamento da nova unidade e na realização de concorrências.
Dez grandes empresas foram encarregadas das diferentes fases do projeto. O primeiro passo foi dado em abril de 2006, com a terraplanagem de uma área de 4 quilômetros quadrados de florestas renováveis de eucaliptos em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O segundo, fundamental para que os próprios parceiros pudessem começar a trabalhar, foi providenciar "algum tipo de comunicação", como explica Eduardo Oliveira, consultor de TI sênior da VCP e coordenador de TI do Projeto Horizonte. "Nosso ponto focal tinha, obrigatoriamente, de ser a infra-estrutura de comunicação, essencial para qualquer tipo de atividade."
"A região escolhida como sede da nova planta não dispunha de telefonia móvel. A área isolada começou a ser ocupada por armazéns para equipamentos, escritórios, alojamentos, galpões de estoques, etc. erguidos pelas diversas empresas contratadas. Tornava-se urgente e vital providenciar os canais de comunicação interna e com o mundo externo, para viabilizar e suportar as obras de infra-estrutura", conta Oliveira.
Torre de comunicação
A solução encontrada pela TI foi acelerar a construção da torre de comunicações de 70 metros e a escolha, através de concorrência, de uma empresa capaz de prover a rede de dados e voz. Depois de uma análise criteriosa, a empresa optou pela tecnologia Cisco e pela Nexa Tecnologia & Outsourcing. Além de fornecer os equipamentos – 21 switches para atender as áreas do canteiro de obras, 400 telefones IP, 20 rádios wireless e dois firewalls, a Nexa participou da elaboração de todo o projeto e coordenou sua implantação. "Em abril de 2007 já havia rede e voz dentro do bloco 1. A partir daí, pudemos providenciar a conexão com o mundo externo, através da operadora local, que trouxe fibras óticas até o escritório provisório", conta Oliveira.
Além de ajudar a "ativar o coração da TI", a Nexa também se tornou responsável pela implantação do projeto de WiMesh. "Precisávamos conectar o mesmo bloco 1 com a rede da VCP, instalada em nosso escritório de administração de florestas, a quatro quilômetros de distância", relata o coordenador de TI do projeto Horizonte.
Um primeiro projeto previa o uso de fibras ópticas, um trabalho demorado (cerca de 70 dias) e caro pelos obstáculos que teriam de ser superados – entre eles canais e ramais ferroviários e a necessidade de envelopar as fibras óticas para protegê-las do ambiente hostil. "A solução WiMesh proposta pela Nexa mostrou-se muito superior", diz Oliveira. Em um prazo de apenas quinze dias a partir da chegada dos equipamentos Cisco, o projeto foi implantado – situado entre a torre de comunicação e o escritório florestal. A solução, composta por rádios Cisco Wireless Mesh de alta capacidade de cobertura (raio de 3 quilômetros), permitiu que a VCP e todo o canteiro de obras passasse a trafegar dados e voz pela rede wireless, por meio de notebooks com placas de rede sem fio e telefones IP móveis.
"Além de poupar tempo e recursos com deslocamentos do pessoal alocado, a economia direta proporcionada pela rede WiMesh foi de no mínimo R$ 1 milhão", revela Oliveira. "Ela exigiu menos de um terço do orçamento previsto para o projeto com fibras ópticas, e hoje ainda é aproveitada como contingência da rede Embratel e também como infra-estrutura para os Telefones IP Wireless."
Com a comunicação das instalações provisórias garantidas e em pleno funcionamento, a área de TI dedicou-se ao planejamento da infra-estrutura de Comunicação da planta definitiva que, entre área fabril e corporativa, compreende 22 edificações.
- Rede sem fio