O mercado de TI já transformou nossas vidas, nossos cotidianos, nossa forma de aprender, produzir, gerar riqueza e, paradoxalmente, aproximar e apartar mundos. Os dados nos desafiam a mudar uma realidade que pode provocar um impacto social extremamente positivo.
Nesse contexto, a estatística aponta que a participação das mulheres nesse mercado representa 20% e muitas são as razões que contribuem para que esse número permaneça inalterado nos últimos anos, desde fatores culturais, que vão criando mitos de que meninas não são boas em exatas, até a falsa crença de que esse mercado não é para mulheres.
Corroborando para a oportunidade de criar um impacto positivo na redução da pobreza, muitos estudos indicam que quando uma mulher incrementa sua fonte de renda, sua prioridade de investimento é sua família: uma melhor alimentação para os filhos, melhor vestuário, melhor cuidado com a educação, melhor moradia. E é essa janela de oportunidade que o mercado nos oferece hoje se formos bem sucedidos em atrair, formar, inserir e reter mulheres nesse setor.
De acordo com artigo 3 ways to Reskill women in the age of Automation, do Fórum Econômico Mundial de janeiro de 2020, estima-se que 160 milhões de mulheres tenham que mudar de emprego devido a automação. O artigo alerta que a falta de apoio para transição feminina para o mercado de tecnologia pode contribuir para aumentar a desigualdade entre gênero e ainda defende que empresas mais diversas performam melhor. Ao mesmo tempo, a tecnologia pode ser justamente a ferramenta que permita às mulheres a tão sonhada flexibilidade para atuar de maneira mais intensa na economia virtual.
Com a enorme ambição de contribuir para que o atual mercado no Brasil de 1,5M de pessoas dobre nos próximos 8 anos, temos que unir esforços para que, pelo menos, 750k sejam mulheres. As iniciativas no Brasil com foco em sensibilizar, atrair, formar, inserir e apoiar a jornada das mulheres nesse mercado são promissoras: Laboratória, Mastertech, Programaria, e Womakes Code têm alcançado mulheres no Brasil inteiro e apontam para esse enorme potencial que juntos precisamos fortalecer e exponencializar!
Pensando neste cenário, acredito que temos que cada vez mais unir forças com as iniciativas já existentes e apoiar, por meio de campanhas, para que as mulheres possam mostrar todo o seu conhecimento e potencial de atuação em TI.
Temos que conscientizar a sociedade sobre as oportunidades de carreira e articular os diversos atores do setor de tecnologia para que possam catalisar os processos de formação, emprego e serviços de apoio aos jovens. E nesse processo é preciso reconhecer cada vez mais a necessidade de incluir mulheres nessa jornada.
Carla Duprat, conselheira de Institutos e Inclusão Social da ONG Meu Futuro Digital.
[…] A base de tudo está na ideologia de que TI e a área de exatas no geral não é lugar para as mulheres. O lugar delas é no cuidado: educação, saúde e administrativo. Sempre colocando a mulher na posição daquela que serve a tudo e a todos, nunca na posição de quem pode também ser servida por alguém. Partindo dessa ideia sem o menor fundamento científico, mas com total embasamento político e econômico típico da sociedade patriarcal, vemos pouquíssimas mulheres nas graduações de exatas. […]
[…] O número de mulheres na tecnologia, responsáveis por comandar grandes empresas ou terem funções primordiais para o sucesso delas, tem crescido muito nos últimos anos, e na área de TI isso não é diferente. No total, a participação delas representa 20% no mercado. […]
[…] A base de tudo está na ideologia de que TI e a área de exatas no geral não é lugar para as mulheres. O lugar delas é no cuidado: educação, saúde e administrativo. Sempre colocando a mulher na posição daquela que serve a tudo e a todos, nunca na posição de quem pode também ser servida por alguém. Partindo dessa ideia sem o menor fundamento científico, mas com total embasamento político e econômico típico da sociedade patriarcal, vemos pouquíssimas mulheres nas graduações de exatas. […]