As entidades de tecnologia da informação e comunicação do Estado de Santa Catarina, representadas pelo Conselho das Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cetic/SC), se reúnem nesta quinta-feira (6/4) com a Secretaria de Estado do Planejamento com o objetivo de definir um modelo de relacionamento entre as empresas de TIC catarinenses e o governo estadual. Na oportunidade, o Cetic irá apresentar a pedido da secretaria um documento com uma pauta de ações que visam o fortalecimento do setor de tecnologia do estado.
O pedido deste documento aconteceu no dia 15 de março, em um encontro entre as entidades, representadas pelos presidentes da Acate, SEPD Florianópolis, Assespro/SC e Sucesu/SC, e o governo do estado através do Ciasc (Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina), da DTec (Diretoria de Tecnologia da Informação e Governança Eletrônica) e da Secretaria do Planejamento.
"A intenção do governo do estado em procurar o setor de tecnologia para juntos desenvolvermos um modelo de interação entre iniciativa privada e poder público foi muito bem recebida pelas entidades e empresas. Isso só foi possível por termos o Cetic/SC consolidado como instância representativa da TI catarinense", aponta Heitor Blum S. Thiago, presidente do conselho e da Sucesu/SC.
Entre os principais pontos abordados está a criação de novas regras para a execução de compras públicas no setor de tecnologia da informação pelo governo estadual. Outra preocupação apontada no documento está na formação de mão-de-obra para o setor, além da criação e fomento de parques tecnológicos e incubadoras de empresas e incentivos para projetos de inclusão digital da população catarinense. O setor reivindica ainda a revisão da política tributária aplicada em uma das economias mais significativas do estado, que chega faturar ao ano R$ 1,5 bilhão em seus três pólos de desenvolvimento tecnológico ? Florianópolis, Joinville e Blumenau.
Outra sugestão que será apresentada é que todas as discussões referentes ao relacionamento entre governo do estado e setor de tecnologia sejam feitas na câmara setorial criada ano passado com este intuito. O CETIC/SC já apresentou outro documento ao governo do estado, que diz respeito a implantação de uma política clara de atração de empreendimentos de base tecnológica a Santa Catarina. A possibilidade de empresas multinacionais de tecnologia instalarem unidades de desenvolvimento no estado preocupou os empresários catarinenses nos últimos meses.
"Precisamos formar mais profissionais para o mercado, pois há falta de mão-de-obra qualificada. Além disso, nossa economia é baseada em micro e pequenos empresários. Uma grande empresa do exterior em Santa Catarina poderia ameaçar o empresariado que disputaria profissionais com as pequenas", aponta o presidente do Sindicato das Empresas de Informática da Grande Florianópolis, Carlos Augusto de Matos.
"Não somos contra a vinda das grandes. Muito pelo contrário: torcemos por iniciativas que tragam o desenvolvimento do nosso estado e da sua economia. Por isso a necessidade de efetivamente implantarmos juntos ? o setor público e privado ? uma política de atração de empreendimentos para o setor de tecnologia", defende o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia, Alexandre d'Ávila da Cunha.