TI Verde: impactos desde a adoção de softwares ecológicos até a sobriedade digital

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Desde o surgimento do termo 'TI Verde' (Tecnologia da Informação Verde), registrado no final do século XX, diversas empresas espalhadas pelo mundo começaram a se movimentar para encontrar alternativas e práticas sustentáveis no setor de tecnologia. Pois, com o aumento do uso de aparelhos digitais, foi verificado que esses equipamentos liberam metais tóxicos, capazes de provocar grande contaminação nos lençóis freáticos no planeta.

Os anos se passaram e essa expressão ganhou uma urgência jamais vista na história, se encaixando na Agenda 2030 desenvolvida pela ONU (Organização das Nações Unidas). A lista, que aponta 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca na linha 12 o 'Consumo e Produção Responsáveis' como uma das metas. Esse é um marco importante que impactou o mundo corporativo de tal forma que, resultados positivos, começaram a aparecer.

Segundo a consultoria corporativa Gartner, até 2026, 70% das lideranças responsáveis por seleção, contratação e gerenciamento de fornecedores de tecnologia terão como prioridade frentes sustentáveis de trabalho. Além disso, a mesma análise também destaca que 42% dos líderes estão alavancando as atividades de sustentabilidade para impulsionar a inovação, a diferenciação e o crescimento por meio destas iniciativas.

E para os líderes que ainda questionam a eficácia dos projetos em relação ao impacto na rentabilidade, aqui vai uma boa notícia: a Gartner também levantou que quatro a cada cinco CEOs afirmaram que a sustentabilidade viabilizou a otimização e a redução de custos às empresas. Além disso, 83% deles constataram que as atividades sobre o tema geraram valores de curto, médio e longo prazos para a organização.

Com números tão positivos, é sábio dizer que a prática sustentável nos serviços de TI deixou de ser algo 'bom de se ter' para uma obrigatoriedade no mundo corporativo. E para que alguns destes projetos entrassem em prática, diferentes soluções foram estrategicamente pensadas para provocar este impacto. Dentre as iniciativas, estão a criação de softwares ecológicos que reduzem as emissões de carbono. Este projeto aplicou novos padrões de design, dados, infraestrutura e desenvolvimento dos programas, com o objetivo de reduzir o consumo de energia e aumentar a eficiência energética das plataformas.

O plano faz parte da Green Software Foundation (GSF), organização sem fins lucrativos formada pela Linux Foundation com a missão de criar um ecossistema confiável de pessoas, padrões, ferramentas e práticas recomendadas para a criação de software verde. A iniciativa tem em seu quadro de aliados grandes corporações, comprometidas com as pautas ambientais, com a intenção de atingir metas climáticas. Tudo isso a partir de três importantes passos:

Medida: Para medir as emissões, as organizações agora podem usar a Software Carbon Intensity (SCI) Specification v.1.0, um protocolo padronizado para calcular a taxa de emissões de carbono. Por exemplo, calcular o carbono por minuto para uma aplicação de transmissão.

Aprenda: Para abordar as mudanças necessárias para descarbonizar o software, o curso on-line gratuito Green Software Practitioner permite que profissionais de qualquer nível de habilidade obtenham o conhecimento e as habilidades técnicas necessárias para descarbonizar o software.

Reduzir: Para reduzir as emissões de carbono do software, os profissionais podem implementar vários padrões do Catálogo de Padrões de Software Verde, um banco de dados on-line de código aberto de padrões de Software Verde categorizados por campo de engenharia, tecnologia e domínio.

Outro recurso utilizado para diminuir os impactos da tecnologia digital é a chamada 'Sobriedade Digital', uma nova abordagem que visa desenvolver produtos e serviços digitais com mais eficiência energética, além de ajudar consumidores a moderar o uso diário destes dispositivos para reduzir o consumo de energia.

Essas e as e outras ações impulsionam às tão sonhadas metas climáticas que temos nos próximos anos, limitando o aumento da temperatura global e reduzindo as emissões de CO2 em todo planeta. Afinal, com empresas empenhadas e agindo coletivamente para desempenhar um papel acelerador, atingiremos todos os esforços de descarbonização na totalidade dos setores, além de alcançarmos o foco de ter um planeta mais sustentável e uma tecnologia melhor planejada.

Javier do Porto, gerente do centro de desenvolvimento de talentos da Globant Brasil.

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