Cerca de 80% das soluções de gerenciamento automatizado de inventário físico e operacional de TI falham. A informação é do diretor de Soluções de Gerenciamento de Ativos da HP, Bruce Aboudara, que participou da palestra TI e o Ciclo de Vida de seus Ativos, realizada nesta terça-feira, 5/6, pela IDC – Internacional Data Corporation, em São Paulo.
Segundo ele, 80% do conceito de gerenciamento de ativos de TI (do inglês, IT Asset Management) estão na composição dos processos e 20% apenas na ferramenta, motivo pelo qual só se conseguirá resultados positivos com a aceitação dos procedimentos por toda a organização, envolvendo inclusive a presidência da empresa. ?Não é apenas uma questão financeira, mas de mudança de processos?, enfatiza o especialista.
Mas com certeza a redução de custo que o gerenciamento de ativos propicia é expressiva. Citou como exemplo uma empresa de telecomunicações, cliente da HP na América Latina, de US$ 2,4 bilhões em receitas, sete mil funcionários, 5.500 desktops e laptops, 200 servidores e 600 servidores de aplicação e banco de dados, que investe 3% do seu faturamento em TI (10% dos quais em hardware e software) e que economizou em três meses US$ 4 milhões ao adotar a solução de gerenciamento de ativos.
O diretor da Faculdade de Computação e Informática da FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, Francisco Paletta, em sua apresentação enfatizou que é fundamental ter um processo de governança para fazer o gerenciamento de ativos de forma adequada. ?A maioria das empresas não consegue enxergar o que paga na renovação de licenças e o que está sendo utilizado?, afirmou.
?O desktop é brecha corporativa por onde se esvaem gastos aparentemente imperceptíveis. Não é só custo do PC, mas do acompanhamento do ciclo de TI. Além disso, falta treinamento de pessoal para avaliação dos relatórios?, enfatiza Paletta. Ele exemplificou que para se gerenciar os ativos de uma empresa como 15 mil PCs instalados na maioria dos países da América Latina, o custo unitário de gerenciamento está por volta de U$ 100 em pessoal e despesas de viagem, ou seja, US 1,5 milhão anuais. ?Após adoção de uma solução de gerenciamento de ativos, esse custo caiu 40%?, explicou.
Os dois palestrantes fizeram uma série de recomendações para adoção de gerenciamento de TI, mercado que segundo Mauro Peres, diretor de Pesquisa da IDC Brasil e coordenador do evento, é estimado no Brasil em US$ 32 milhões, com taxa de 14% de crescimento ao ano (média acima dos 10% prevista para o mercado de software) e que deverá atingir a cifra de US$ 62 milhões em 2010.
Ele estima esse potencial, tendo em vista que 75% das empresas não têm maturidade em TI, e, portanto sem formalidade na gestão; 20% delas têm uma adoção reativa de TI e apenas 5% são pró-ativos em TI. A IDC estima ainda que exista uma economia entre US$ 12 mil e US$ 14 mil para cada grupo de 100 máquinas após a adoção de gerenciamento de ativos e um aumento de eficiência da ordem de 26%.
