É inegável que o PIX revolucionou o sistema financeiro do Brasil. Com a evolução tecnológica, o Banco Central elevou a forma de pagar e transferir dinheiro obtendo reconhecimento internacional. As inovações propostas por esse método de pagamento instantâneo trouxeram facilidade, economia e rapidez ao processo de transacionar entre contas correntes, independente do banco que envia ou recebe aquela quantia. E não podemos deixar de lado que muitas situações inesperadas foram acontecendo conforme a população utilizava a ferramenta na prática, assim o Banco Central adaptou e regulamentou diversos pontos nos últimos quatro anos. Segundo dados do próprio BC, divulgados em 2023, mais de 158 milhões de brasileiros utilizam o método de pagamento, movimentando mais de R$29 trilhões desde sua criação. Mas será que toda essa praticidade e a agilidade não podem estar colocando a segurança dos usuários em risco?
Um tema que frequentemente ganha destaque é a segurança. Sim, definitivamente, o PIX é seguro. E os problemas relacionados a isso, normalmente, tem um fator humano por trás, seja em tentativas de golpes ou roubos. Mas o imediatismo do sistema de pagamento pode comprometer a segurança em alguns casos, como em assaltos. Em questão de minutos o bandido consegue transferir grandes quantias de dinheiro para uma conta. E muitas vezes, gerando dores de cabeças e tendo dificuldades para resolver e reverter a situação.
De olho nisso, o próprio BC já tem iniciativas para evitar golpes e prejuízos dos usuários. No fim do ano passado, a instituição lançou o MED (Mecanismo Especial de Devolução) que facilita o reconhecimento de crimes feitos via PIX, auxilia nos processos de reconhecimento de crimes e possíveis ressarcimento das quantias extorquidas. Essa solução pode ser utilizada em casos de roubos e assaltos que acontecem fora do âmbito digital. Além disso, a instituição também criou soluções para quando o crime é online, como aviso de histórico de fraude quando a chave pix recebe muitas denúncias de estar envolvida em golpes. Agora, o Banco Central permite que pessoas acusem chaves pix envolvidas em ações fraudulentas.
Acredito que outras soluções podem ser implantadas ao serviço instantâneo de pagamento, oferecendo assim mais garantias de segurança aos clientes. Em caso de roubo ou furto de celular, que acontece com mais frequência, além de limitar o valor de transferências em períodos diurno e noturno, uma opção seria atrasar o pagamento do valor desejado em algumas horas. Isso daria tempo para o cliente comunicar a instituição financeira e cancelar as transações. Outra solução seria autorizar transações de grandes valores apenas em lugares autorizados, como em casa ou no trabalho, com o aparelho conectado em uma rede de internet segura. Isso também diminuiria as chances de transferências durante um assalto, principalmente para pessoas que têm contas empresariais.
Em resumo, o Pix é o método de pagamento que mais trouxe facilidade e economia para o dia a dia do brasileiro. É inegável a evolução e revolução que essa ferramenta trouxe para o sistema financeiro local e mundial. Apesar de ser seguro, sim, o imediatismo do sistema pode trazer alguns riscos para a população. Riscos que podem ser minimizados com soluções mais seguras para determinadas situações.
Renan Basso, co-fundador e diretor de negócios da MB Labs.