Após admitir ter recebido Marcos Valério, que alega ter solicitado a reunião com a Portugal Telecom à epoca devido ao suposto interesse da operadora na aquisição da Telemig Celular, cuja conta de publicidade era da SMPB, o grupo português divulgou ontem 4, por meio de sua assessoria de comunicação no Brasil, entrevista concedida pelo o presidente Miguel Horta e Costa, publicada no jornal Diário Económico, de Portugal.
Na entrevista, Costa afirma que a Portugal Telecom ?nunca financiou, não financia e nunca financiará partidos políticos no Brasil ou em qualquer outro país do mundo?, acrescentando que ?é uma heresia dizer uma coisa dessas?.
Quando perguntado se os interesses institucionais da Portugal Telecom no mercado brasileiro obrigariam manter contatos com dirigentes partidários no país, o executivo disse que todos os operadores de telecomunicações com presença internacional estabelecem relações institucionais com governos, entidades reguladoras porque isso permite avaliar o panorama, ?e faz parte da avaliação das perspectivas de investimento?. ?Quando vou a Brasília, tenho reuniões com ministros, com a Anatel e com alguns congressistas que acompanham o setor?, disse Costa.
Ao ser indagado se os contatos institucionais com o Presidente Lula destinaram-se exclusivamente a discutir os investimentos da empresa no Brasil, o presidente da Portugal Telecom, afirma que sim, para responder em seguida que conhece mal o que está acontecendo. ?Sei tanto quanto sabe quem lê os jornais. Percebo que é uma situação muito complexa na vida política brasileira?, finaliza.