Amazon, Google e Microsoft têm as mesmas preocupações que seus clientes: confiabilidade e segurança

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Pergunte a qualquer empresa usuária de tecnologia da informação qual é a maior preocupação em relação aos serviços de nuvem e a resposta certamente será uma só: segurança. Não é por outro motivo que pesquisas realizadas por vários institutos apontam a falta de confiança na segurança ainda é a principal barreira para a adoção da nuvem.

Mas as preocupações, que até agora estiveram relacionadas quase que exclusivamente aos casos de vazamento de informações por hackers e às revelações sobre o programa de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), acabam de ganhar um item adicional — o fato de grande parte dos fornecedores de serviços de nuvem continuar a manter certas funções em servidores privados.

Amazon Web Services (AWS), divisão de computação em nuvem da varejista online, Goggle, Microsoft e IBM, entre outras, são algumas das empresas citadas em reportagem do The Wall Street Journal que, embora usem seus próprios serviços de nuvem para alguns propósitos, continuam a manter certas funções em servidores privados.

"O fato de uma empresa como a Amazon ainda usar servidores privados é irônico", disse Ed Anderson, analista do Gartner, ao jornal americano. "É exatamente por isso que digo [aos executivos de TI] que avaliem os serviços em nuvem. Não compre o hype. Não compre mitos. Você tem que ser pragmático, como esses fornecedores são", disse ele.

Na verdade, os grandes fornecedores de nuvem lutam para abocanhar uma fatia expressiva de um negócio que cresce rapidamente, mas ainda não conseguem dar respostas convincentes sobre a segurança de suas infraestruturas. Apenas para se ter uma ideia, um estudo recente da IDC mostra que este mercado, combinado com alguns outros serviços em nuvem, cresceu de US$ 10,5 bilhões em 2013 para US$ 19,9 bilhões neste ano. Para 2016, a consultoria projeta que o mercado de nuvem atingirá US$ 26,5 bilhões.

A AWS, que vende capacidade de processamento, armazenamento e outros serviços em seus próprios servidores, lidera o mercado com uma participação de 29% e está a caminho atingir receita superior a US$ 6 bilhões neste ano, cerca de um terço do total da receita do setor, segundo a IDC. Criada em 2006, a divisão, que funcionava como prestadora de serviços da varejista online, hoje é a que mais cresce e a mais rentável da companhia.

De acordo com Colin Bodell, que trabalhou como executivo na AWS, tudo que é novo é construído sobre AWS. No entanto, ele revelou que os bancos de dados de back-end, que contêm dados confidenciais, estão em servidores que não faziam parte da AWS.

Mas essa diretriz não é exclusiva da AWS. O Google, que nos últimos cinco anos migrou centenas de aplicativos internos para sua plataforma de nuvem, incluindo programas que armazenam documentos internos de suporte à tecnologia e gerenciamento de licenças de software. Mas a ferramenta de buscas da empresa é executado em servidores privados, de acordo com Ben Fried, CIO do Google. O mesmo vale para o YouTube e Gmail.

A Microsoft, que está a começando a fornecer serviços em larga escala voltados ao público por meio de sua infraestrutura em nuvem Windows Azure, na qual se baseiam seus principais serviços online (Office 365, Live, Skype, OneDrive e versões de rede de videogames, incluindo a "Titanfall"). A fabricante de software também usa o Azure para os seus sistemas de apoio à tecnologia da informação e desenvolvimento de produtos, segunfo Jason Zander, vice-presidente corporativo do Azure.

A Amazon e o Google promovem a computação em nuvem como um recurso compartilhado, mas dão suporte a clientes como Microsoft e IBM para configurar nuvens privadas dentro de seus próprios data centers.

A IBM oferece várias operações em sua nuvem pública SoftLayer, incluindo a plataforma de desenvolvimento Bluemix, o sistema de computação Watson Analytics e a plataforma de e-mail na nuvem IBM Verse. Mas de acordo com John Kelly, diretor de tecnologia da companhia, algumas tarefas de computação serão sempre privadas. "Para a IBM, o estado final será híbrido", disse ele.

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