O principal executivo da Bain Capital na Ásia, Jonathan Zhu, voltou a reivindicar nesta sexta-feira (5/10) o direito de comprar a fabricante americana de equipamentos de rede 3Com, após um deputado republicano e o Pentágono terem alertado para o ?perigo à segurança nacional? de a empresa passar para as mãos de uma companhia chinesa.
A polêmica surgiu depois do anúncio da oferta de compra feita na semana passada pelo fundo de investimentos, no valor aproximado de US$ 2,2 bilhões em dinheiro. É que participa também da proposta o fundo Shenzhen Huawei Investment & Holding, pertencente a fabricante chinesa de produtos de telecomunicações Huawei Technologies, o que dará a ela uma participação minoritária na companhia americana. A 3Com já disse que aceita a proposta.
O negócio se transformou numa questão política nacional porque 3Com fornece tecnologia de prevenção a intrusão ao Departamento da Defesa dos Estados Unidos. O Pentágono acredita que hackers chineses já estariam, inclusive, preparando um cyber ataque em massa aos seus sistemas para este ano, segundo apurou o jornal britânico Financial Times.
A discussão ganhou mais força ainda com as declarações do senador Thaddeus McCotter, presidente do comitê republicano House Republican, que nesta semana descreveu o negócio como ?um assalto invisível à segurança nacional da América?. Ele conclamou as autoridades dos EUA a ?fazer seu dever e impedir que a Huawei compre qualquer parte da 3Com?.
Entretanto, Jonathan Zhu, disse que as alegações ignoram que a Huawei já foi parceira da 3Com na H3C, joint venture voltada ao segmento corporativo, formada em 2003, mas que, em novembro do ano passado, foi adquirida por US$ 882 milhões pela 3Com.
?O julgamento desse negócio deve ser baseado em fatos?, disse Zhu ao Financial Times. ?O negócio envolve uma empresa de private equity dos EUA comprando outra empresa americana. Além disso, a Huawei será um sócio minoritário, com participação de 16,5%.?
A Bay Capital disse, contudo, que voluntariamente submeterá a proposta de renúncia momentânea a um direito para que seja feita uma revisão da segurança.