A France Télécom anunciou nesta segunda-feira a saída do vice-presidente da empresa, Louis-Pierre Wenes, em decorrência do suicídio de 24 empregados nos últimos 18 meses. A saída do executivo atende a pedidos dos sindicatos dos trabalhadores. Wenes – que também ocupava o cargo de diretor-geral adjunto – será substituído por Stéphane Richard.
Esta é a primeira mudança na direção da operadora de telecomunicações desde que começou a série de suicídios, que os sindicatos alegam serem motivados pelo descontentamento dos trabalhadores com a reorganização interna da companhia. "Wenes é simbólico. Foi ele quem instituiu a gestão pelo terror, e deve partir", disse, recentemente o líder sindical de uma das centrais que representam os trabalhadores da France Télécom.
Richard, que até agora era responsável pelas operações internacionais, entrou na France Télécom em maio e seu nome tem sido mencionado como forte substituto ao presidente do grupo, Didier Lombard, em 2011.
A polêmica gerada pela série de suicídios de trabalhadores da France Télécom tem levado os sindicatos a criticar fortemente os métodos de gestão adotados pela operadora e a exigir medidas para resolver a situação. O rígido controle dos trabalhadores, especificamente nos momentos de intervalo, a pressão insuportável para ganhos de produtividade e a desumanização das relações dentro da empresa são alguns dos métodos criticados pelas estruturas sindicais. A France Télécom, na qual o governo francês tem 13% de participação, emprega atualmente 100 mil pessoas no país. Com informações da Agência Lusa.
- Pressão insuportável