O mercado de seguros vive um momento de disrupção e a transformação digital caminha em ritmo acelerado. As insurtechs, empresas que conectam as seguradoras e os consumidores por meio de ferramentas tecnológicas, como inteligência artificial, machine learning e blockchain, nasceram no ambiente digital e apostam na tecnologia e no uso de dados para revolucionar a indústria de seguros.
Afinal, o mercado segurador é movido por inovação. Com a crescente preocupação em otimizar processos e personalizar o atendimento, o uso de dados se torna essencial para avaliar e aprimorar o desempenho operacional, através do acompanhamento de uma série de indicadores. Dentre eles estão a incidência de sinistros, inadimplência, análise de oportunidades, perdas de negócios e renovação de apólices.
As empresas do setor estão focadas em utilizar as novas tecnologias para reduzir os custos operacionais, eliminar fraudes e dar um salto significativo de produtividade e receita aos negócios. Segundo relatório 'Quantificação da Fraude no Mercado de Seguros Brasileiro', divulgado pela CNseg, as fraudes comprovadas contra as seguradoras somaram R$ 824,9 milhões em 2022, o que representa aproximadamente 16,1% do valor dos sinistros suspeitos. É um índice muito elevado. Nessa direção, investir no uso da análise de dados é fundamental para mitigar e solucionar problemas de sinistros, fraudes e ressarcimentos.
Entretanto, vale ressaltar que é preciso utilizar esses dados de maneira assertiva e eficaz. Isso porque a qualidade das informações afeta diretamente a avaliação de riscos, precificação das apólices de seguro e a detecção de possíveis fraudes. Nesse sentido, é fundamental a realização de treinamentos e capacitações da equipe, uma vez que sem o engajamento do time, os dados deixam de ter relevância e perdem valor.
O uso da inteligência artificial também é uma realidade e cada vez mais presente no mercado segurador. Soluções como a automação de processos, chatbots e assistentes virtuais visando a personalização de ofertas e atendimento em tempo real estão se tornando mais comuns. Ferramentas inimagináveis até pouco tempo atrás, mas que já fazem parte da rotina de algumas empresas do setor.
Além, é claro, de avanços nos processos operacionais e maior segurança nas análises de risco, o investimento em ferramentas de inteligência artificial proporciona maior inteligência e personalização no atendimento às necessidades dos clientes, impactando diretamente na jornada dos clientes e na contratação das apólices.
Estudos comprovam a expansão vertiginosa das empresas que investem em tecnologia no mercado de seguros. Segundo o Global Insurtech Industry Report, divulgado no ano passado pelo banco global de investimento em tecnologia Drake Star para avaliar o cenário da digitalização dos processos de seguros, o mercado de insurtech deverá movimentar US$ 158,9 bilhões até 2030. O volume expressivo atesta que a transformação digital do setor de seguros veio para ficar.
O estudo apontou ainda que 85% das companhias de seguros veem a digitalização como a sua prioridade estratégica número um. É consenso no setor de seguros de que o avanço da tecnologia é um fenômeno global e que precisa ser absorvido, incluindo a criação de novos produtos e serviços que sequer imaginamos.
Portanto, para garantir o futuro dos negócios e fidelizar os clientes, as seguradoras precisam investir nas soluções tecnológicas e adotar uma cultura inovadora, promovendo uma mentalidade verdadeiramente digital nos processos da companhia.
Diante desse contexto de intensas transformações num mundo cada vez mais conectado e tecnológico, as empresas que souberem fazer da tecnologia uma aliada serão as protagonistas da evolução do mercado de seguros. O momento exige a oferta de melhores produtos a preços mais justos, democratizando o acesso da população brasileira ao universo dos seguros.
Felipe Barranco, CEO da Flix.