Prós e contras do cloud computing

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A implantação do conceito de cloud computing (ou "nuvem computacional") nas corporações está apenas começando e vai levar anos até se consolidar, mas já provoca controvérsias entre empresas de internet e prestadores de serviços como Google, Amazon e Salesforce.com, além de gigantes da área de tecnologia como IBM, Sun Microsystems, HP e Microsoft. Para o Google, que já está oferecendo alguns serviços corporativos baseados nesse conceito, o cloud computing traz três pontos básicos de vantagens: custos, confiabilidade e inovação. "A missão do cloud computing é derrubar os custos de informática, alastrar os serviços de para todas as empresas e tornar possível o amplo acesso de novas ferramentas e recursos de tecnologia", diz José Nilo, representante da divisão Google Enterprise no Brasil. Um exemplo desse novo cenário de possibilidades, indica Nilo, foi o recente lançamento do Android, uma infra-estrutura de software para celular com objetivo de oferecer experiências flexíveis, fáceis e livres para usar esses dispositivos com objetivo de acessar informações, fotos e aplicativos que estão na rede.
Para a Microsoft, contudo, o cloud computing ainda é um conceito sem consenso dentro da comunidade de TI, variando de um modelo de computação e arquitetura para um modelo de negócios. "Nesse sentido, preferimos a denominação de serviços na rede internet", destaca Otávio Pecego Coelho, arquiteto de soluções sênior da Microsoft Brasil. "Serviços não irão existir sozinhos. Haverá software rodando em dispositivos, computadores pessoais, servidores locais e data centers. Todos eles terão que se integrar em benefício de uma melhor experiência para o usuário final. Esta convivência harmônica entre software e serviços é uma visão que a Microsoft denomina de software mais serviços e que concilia o que há de melhor nos dois mundos", explica. São duas formas de serviços que a Microsoft dispõe para o mercado, informa Coelho: serviços que não exigem TI alguma, ou para o consumidor final (Live e Office Workspace) e serviços que vão habitar junto a uma TI que possui exigências de segurança, interoperabilidade, single sig on, etc. (Business Productive Online). "A Microsoft aposta tanto em serviços na rede quanto em software para nossos dispositivos e servidores e acredita que assim oferece uma melhor opção de escolha para clientes e parceiros", diz o executivo.
Negócios em escala massiva
Segundo Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, cloud computing é um paradigma computacional emergente. "É uma nuvem onde dados e serviços residem em data centers massivamente escaláveis e que podem ser ubiquamente acessados por quaisquer dispositivos conectados à internet. E a estratégia da companhia é investir pesado nessa direção, algo como US$ 100 milhões", comenta ele. No fim de setembro, a IBM inaugurou em São Paulo um dos quatro centros de cloud computing que vai operar em mercados emergentes, tais como Bangalore, na Índia, Seul, na Coréia do Sul, e Hanói, no Vietnã. Nesses locais, segundo Taurion, existe hoje uma demanda crescente por mão-de-obra e modelos de computação baseados na internet que pode ajudar as empresas a se destacarem em ambientes altamente competitivos. No total, a IBM mantém 13 centros desse tipo, formando a maior rede especializada em cloud computing do mundo.
No Brasil, os clientes usarão o novo centro para gerar negócios com os programas de colaboração em escala massiva. À medida que os usuários de internet no Brasil adquirem mais mobilidade, o cloud computing vai tornando as operações baseadas na web cada vez mais eficientes. Entre os primeiros clientes a usarem os novos centros está a Softex (Associação para Promoção da Excelência em Software Brasileiro). "Uma solução inovadora eficaz exige um ambiente de tecnologia da informação capaz de responder rapidamente a mudanças", confia Arnaldo Bacha, vice-presidente da Softex.
Eliminar custos
A implantação de cloud computing tem motivações claras e objetivas, de acordo com seus defensores: crescente demanda por espaço nos data centers, mais e mais aplicações, crescente consumo de energia, gerenciamento automatizado de recursos, integrado e otimizado, recursos subutilizados e isolados, processos manuais de gerenciamento e a necessidade de crescer ou diminuir capacidade computacional durante a execução das aplicações, novas aplicações do tipo web 2.0. Análises de mercado indicam que a adoção de cloud computing está começando pelas pequenas e médias empresas, o chamado mercado SMB (small and medium business), que gastam 70% do seu tempo na gestão TI e apenas 30% dedicado ao seu core business. "O cloud computing permite que as pequenas empresas se concentrem na inovação", diz Taurion.
No Brasil, várias empresas montaram estratégias para explorar o que, segundo o Gartner, deve se transformar na próxima onda de TI: a compra de recursos de TI como serviços baseada no uso. A Locaweb, uma das empresas líderes no mercado de hospedagem de sites no Brasil, por exemplo, já tem disponíveis planos baseados no conceito cloud computing para contratação on-line, além de soluções mais robustas, como o Dedicated Cloud. Consiste no aluguel de um parque completo de cloud para empresas que necessitam de infra-estrutura dedicada para configuração de vários servidores. "Com a solução é possível contratar um servidor individual, dentro do ambiente cloud da própria Locaweb, com ganho de escala e investimento estimado em 3 milhões de reais para hardware e software. "A intenção é trazer o que existe de mais moderno em tecnologia sem que o usuário precise se preocupar com o ambiente computacional físico", diz Gilberto Mautner, presidente da Locaweb.
A redução de custos, sem dúvida, é uma das maiores preocupações dos interessados no novo conceito, avalia Ricardo Chisman, líder da Accenture Technology Consulting. "A grande expectativa dos clientes brasileiros é como eliminar o custo fixo da infra-estrutura de TI e transformar isso em custo variável. Essa é a inquietação que está na mente dos CIOs", afirmou ele, durante o 1º Seminário de Serviços Gerenciados de TI e Telecom, realizado dia 25 de setembro, em São Paulo, pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações.

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