O Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), sob a coordenação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), criou a RUTE, Rede Universitária de Telemedicina, iniciativa que tem como objetivo apoiar o aprimoramento da infraestrutura para os recursos de telemedicina já existentes em hospitais universitários e promover a integração de projetos entre as instituições participantes.
De acordo com Luiz Messina, Coordenador Nacional da RUTE, são 158 instituições beneficiadas com equipamentos, conexão em banda larga e adequação de salas de videoconferência. O projeto se iniciou em janeiro de 2006, quando 19 Hospitais Universitários (HUs) foram equipados. Em 2007, mais 38 instituições ganharam equipamentos, incluindo todos os HUs nas universidades federais. Já em 2008, mais 26 instituições de saúde foram incluídas através de um convênio da Rede Nacional de Pesquisas (RNP) com o Telessaude Brasil do Ministério da Saúde, e agora, em 2010, mais 75 instituições, além de todos os hospitais públicos certificados de ensino e instituições federais vinculadas ao Ministério da Saúde fazem parte da iniciativa.
"A comunicação é uma ferramenta muito poderosa. A RUTE e o Programa Nacional de Telessaúde Aplicado à Atenção Primária, o Telessaúde Brasil, do Ministério da Saúde, são iniciativas complementares que visam integrar os Hospitais Universitários e de Ensino aos municípios brasileiros com o foco na segunda opinião para as equipes do Programa de Saúde da Família. A integração em rede vem permitindo e consolidando a colaboração em pesquisa, educação e assistência", afirma Messina.
A RUTE funciona como uma sociedade médica que integra conhecimento de vários lugares do país sem a necessidade de longas viagens, o que reduz custo e otimiza tempo. Como toda sociedade, o projeto se divide em campos de interesse, as SIGs, sigla em inglês para Grupos de Interesse Especial, que funcionam como uma comunidade de redes sociais. Esses grupos são criados e coordenados por instituições integrantes da RUTE.
Nos grupos, profissionais de saúde montam uma agenda de vídeo – ou webconferências para debater temas específicos. Estas reuniões, cuja periodicidade é definida pelo próprio grupo, com agendas de sessões de vídeo e/ou webconferência mensais, quinzenais ou semanais, podem ser voltadas ao ensino (através de aulas a distância), à pesquisa (por meio de debates e discussões de caso), ou ainda ao atendimento a distância (em pedidos de segunda opinião).
Atualmente, existem 37 SIGs, que atuam em áreas como Enfermagem, Cardiologia, Psiquiatria, Oftalmologia, Saúde de Crianças e Adolescentes, Radiologia Pediátrica, Abdômen, Neurológica e Dermatologia, entre outras. O número de instituições participantes nas reuniões periódicas destes grupos passa de 70, incluindo membros RUTE e outras instituições de saúde. "Com crescente aumento da RUTE, a tendência é que o número de participantes nos SIGs aumente ainda mais, assim como a diversificação dos temas", finaliza Messina.
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