A TIM encerrou o terceiro trimestre de 2019 com avanço nas receitas e no lucro, mesmo que normalizados sem efeitos não recorrentes. De acordo com o balanço financeiro da companhia divulgado na noite desta terça, 5, a receita líquida no trimestre foi de R$ 4,337 bilhões, um aumento de 2,3% no comparativo anual. No acumulado do ano, foi de R$ 12,791 bilhões, aumento de 2,15%.
Nos três meses, a receita de serviços foi de R$ 4,152 bilhões, após crescimento de 3%. Nos nove meses, foi de R$ 12,240 bilhões, aumento de 2,1%. Com avanço de 2,8% no trimestre, a receita do serviço móvel foi de R$ 3,918 bilhões. No acumulado, o acréscimo foi de 1,7%, totalizando R$ 11,547 bilhões. Segundo a TIM, a receita de pós-pago aumentou 5% devido à "boa dinâmica nas transferências para planos de maior valor e boa performance na aquisição de novas linhas". Por outro lado, o pré-pago caiu 3,8% – a tele destaca que a oferta TIM Pré Top representa agora 60% desse segmento. No total, a receita média por usuário (ARPU) móvel foi de R$ 23,9, aumento de 5,6%.
A receita de produtos caiu 12,2%, ficando em R$ 185 milhões no trimestre, devido a uma redução de 10% no volume de aparelhos vendidos. Mas no acumulado do ano, aumentou 2,2%, total de R$ 551 milhões.
Já o serviço fixo totalizou respectivamente R$ 233 milhões (avanço de 7,3%) e R$ 693 milhões (crescimento de 10%). O TIM Live foi responsável por R$ 127 milhões (aumento de 31,5%) no trimestre e R$ 693 milhões (avanço de 32,3%) no acumulado. A ARPU da oferta de banda larga fixa foi de R$ 81,8, um aumento de 8,6%.
A empresa diz que houve avanço de 3,6% na receita bruta total. "Os descontos concedidos aos clientes permanecem sendo o elemento de mudança mais significativa na dinâmica das deduções sobre a receita bruta", explica a operadora. "O cenário de maior racionalidade na concessão dos descontos, dentro do contexto de transformação de volume para valor e de um ambiente competitivo menos conflagrado, deve contribuir no longo prazo, porém os sinais positivos ainda são muito iniciais."
Normalizados
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foram normalizados para excluir os efeitos de impactos da venda e leaseback de torres (total de R$ 2,831 milhões entre o primeiro trimestre de 2018 e segundo de 2019) e o crédito fiscal à exclusão do ICMS na base de cálculo da taxação do PIS/Cofins (deduzindo R$ 75,2 milhões no terceiro trimestre e R$ 1,729 bilhão no segundo). Também como efeitos teve a revisão do prognóstico de perda para contingências trabalhistas com pessoal próprio, para contingências fiscais e para contingências cíveis (acréscimo de R$ 11,2 milhões no 3T19, e de R$ 221,8 milhões no 2T19) e perdas contratuais (R$ 22,4 milhões no 3T19).
Desta forma, o total do EBITDA no trimestre foi de R$ 1,718 bilhão, aumento de 6,8%. Somando o período de janeiro a setembro, foi de R$ 4,831 bilhões, acréscimo de 6,1%. A margem EBITDA normalizada foi de 39,6% no trimestre, aumento de 1,7 ponto percentual; e de 37,8%, com avanço de 1,4 p.p., no acumulado do ano. O EBITDA reportado aumentou 9,2%, totalizando R$ 1,755 bilhão nos três meses. Nos nove meses, foi de R$ 6,361 bilhões, aumento de 39,8%.
Entre julho e setembro, o lucro líquido normalizado, também excluindo efeitos não recorrentes (incluindo o crédito fiscal de R$ 950 milhões no terceiro trimestre de 2018 pela incorporação da TIM Celular pela TIM S.A.), foi de R$ 619 milhões, aumento de 61,4%. Entre janeiro e setembro, foi de R$ 1,293 bilhão, crescimento de 34,1%. Sem contar isso, o lucro líquido reportado no trimestre foi de R$ 687 milhões, uma redução de 48,5%. No acumulado, foi de R$ 3,009 bilhões, aumento de 57,3%.
A TIM investiu no trimestre R$ 924 milhões, 6,7% a mais do que no mesmo período de 2018. No total dos nove meses do ano, o Capex foi de R$ 2,519 bilhões, aumento de 2,4%. Grande parte dos investimentos foram para projetos de TI, para 4G em 700 MH, rede de transporte e expansão do FTTH.
Assim, no trimestre, o fluxo de caixa operacional livre foi de R$ 1,025 bilhão reportado e R$ 1,091 bilhão normalizado, aumento de 20,1%. Nos três trimestres, foi de R$ 241 milhões, uma redução de 77,6%, consequência da variação de capital de giro negativa em R$ 1,2 bilhão por conta especialmente da redução das contas de fornecedores. A TIM informa que o efeito sazonal "irá desaparecer quando chegarmos ao 4T19".
A dívida líquida da companhia foi de R$ 1,933 bilhão, redução de R$ 842 milhões comparada ao terceiro trimestre de 2018. A relação dívida líquida/EBTIDA ficou em 0,29x no trimestre.
Operacional
A base total de clientes móveis da TIM caiu 3% e encerrou setembro com 54,527 milhões de acessos. Desses, 33,281 milhões foram de pré-pago, base que caiu 9,1%. Já o segmento pós-pago aumentou 8,2%, fechando o trimestre com 21,246 milhões de contratos.
A base de usuários 4G totalizou 37,247 milhões de acessos, um aumento de 12,5%. A cobertura com a tecnologia atingiu 3.355 cidades (crescimento de 5,8%), das quais 3.253 contavam com o recurso de voz sobre 4G (VoLTE, avanço de 54,2%) e 1.644 com a faixa de 700 MHz habilitada (aumento de 40,3%). A TIM encerrou setembro com 19.582 sites, das quais 68% eram conectados com backhaul "de alta velocidade".
A base da TIM Live, por sua vez, aumentou 19,6%. No total, foram 537 mil clientes no acesso fixo FTTx da operadora. A cobertura FTTH aumentou em 1,9 milhão de homes-passed, chegando a 20 cidades em setembro. A infraestrutura de backbone e backhaul cresceu 10,8% e fechou o período com 94,9 mil km.