Nos últimos anos, o mercado de nuvem pública cresceu rapidamente e essa tendência é particularmente visível no Brasil. Entre 2020 e 2023, a adoção de serviços em nuvem no país aumentou significativamente, impulsionada pela acelerada transformação digital, especialmente durante a pandemia.
Segundo pesquisa da FGVcia, em 2023, 42% das empresas brasileiras aderiram ao uso da nuvem para processamento de informações. A previsão para os anos de 2024 e 2025 é que essa porcentagem suba mais 10%, totalizando mais de 50% de empresas brasileiras a utilizarem o armazenamento em nuvem.
Este crescimento é apoiado por fatores como a necessidade de flexibilidade, redução de custos e capacidade de adaptação rápida das operações. À medida que a infraestrutura de telecomunicações cresce e as ofertas dos fornecedores de cloud amadurecem, espera-se que a tendência continue nos próximos anos.
Os setores que foram os mais rápidos em adotar a nuvem pública, saem na frente no que tange aos negócios. Podemos destacar:
- Setor financeiro: bancos e fintechs utilizam soluções em nuvem para melhorar a eficiência, segurança e inovação dos serviços.
- Saúde: As health techs estão em alta, digitalizando registros médicos e a análise de dados, se beneficiam da escalabilidade e da segurança oferecidas pela nuvem.
E não podemos deixar de lado o varejo, onde empresas de comércio eletrônico e varejo tradicional utilizam a nuvem para otimizar suas operações e fornecer experiências personalizadas aos clientes. Um relatório da Grand View Research destaca que o mercado de cloud no varejo deve crescer a uma taxa composta anual (CAGR) de 16,3% até 2026.
A computação em nuvem revolucionou a maneira como acessamos e gerenciamos nossos dados e aplicativos. A flexibilidade, escalabilidade e economia da nuvem são inegáveis, mas também trazem novos desafios em relação à segurança. Neste guia completo, vamos explorar os principais aspectos da segurança em serviços em nuvem, desde os desafios iniciais até as melhores práticas para proteger seus dados e sistemas.
Segurança e telemetria
Algumas soluções proativas existem para garantir que ataques cibernéticos não ocorram, como, por exemplo:
O monitoramento contínuo de logs, eventos e atividades de rede é crucial para detectar atividades suspeitas e responder rapidamente a incidentes. Essa prática permite identificar padrões de ataques e tomar medidas para mitigar os riscos.
- Um IDS (Intrusion Detection System) monitora o tráfego de rede em busca de atividades suspeitas e alerta os administradores em caso de ameaças. O IDS pode identificar padrões de ataque e bloquear acessos não autorizados.
- A análise de logs é fundamental para identificar atividades suspeitas e investigar incidentes de segurança. Essa prática permite rastrear as ações dos usuários, detectar atividades maliciosas e identificar vulnerabilidades nos sistemas.
Caso ocorra algum incidente com segurança, entra em cena a disciplina de Resposta a Incidentes (IR).
A IR (Incident Response) define um conjunto de processos e procedimentos para lidar com incidentes de segurança. Essa prática inclui a identificação da ameaça, contenção do ataque, análise da causa e recuperação dos sistemas afetados.
Entrada de empresas na jornada de nuvem pública
A jornada para a nuvem pública é uma transformação estratégica que oferece escalabilidade, flexibilidade e economia de custos. No entanto, para colher os benefícios máximos e evitar erros comuns, é essencial ter uma estratégia bem definida que aborde todos os aspectos da migração e otimização.
Identificar as aplicações é um passo essencial para o funcionamento do seu negócio e que podem se beneficiar da escalabilidade, disponibilidade e segurança aprimoradas pela nuvem. Sistemas de CRM, ERP e plataformas de e-commerce são candidatos ideais.
Ao utilizar aplicativos com crescimento rápido e imprevisível, a nuvem pública oferece a flexibilidade necessária para lidar com picos de demanda e garantir o desempenho consistente.
Aplicações que são usadas apenas ocasionalmente ou em horários específicos podem ser migradas para a nuvem para otimizar custos.
Escolher uma estratégia de migração adequada para cada aplicativo ou sistema é indispensável, considerando fatores como complexidade, tempo de inatividade aceitável e custo. As opções incluem:
- Lift And Shift – migração direta com ajustes mínimos nas aplicações;
- Refactoring as aplicações são ajustadas para melhor se adequar ao ambiente de nuvem, utilizando serviços nativos da nuvem;
- Replacing – Em vez de migrar aplicações legadas, opta por substituir essas aplicações por soluções SaaS já disponíveis;
- Modernização – Consiste em reescrever a aplicação do zero, aproveitando ao máximo os recursos da nuvem.
Vinicius Pontes, chefe de estratégia e arquitetura de plataformas em nuvem da Nexxt Cloud